Nota da POCAE em solidariedade aos trabalhadores em greve da Petrobras Biocombustíveis
Trabalhadores lutam contra a privatização da subsidiária que é uma das maiores produtoras de biodiesel do país.
Publicado 25/05/2021 - Atualizado 25/05/2021
A Plataforma Operária e Camponesa de Água e Energia (POCAE) manifesta todo o seu apoio e solidariedade à greve dos trabalhadores petroleiros/as da Petrobras Biocombustíveis – PBio. A greve por tempo indeterminado foi deflagrada no dia 20 de maio, paralisando as atividades nas usinas de Candeias (BA), Montes Claros (MG) e na sede administrativa da subsidiária no Rio de Janeiro. O objetivo é barrar a privatização da PBio, anuciada em julho de 2020, e garantir o emprego e os direitos dos/as trabalhadores/as dessas unidades.
A PBio, fundada em 2008, é uma das maiores produtoras de biocombustíveis do país, produzindo biodiesel a partir de oleaginosas, gordura animal e óleos residuais provenientes da agricultura familiar. Trata-se, portanto, de uma empresa estratégica que possibilitou a diversificação produtiva da Petrobras e que executa uma política nacional de transição energética, produzindo energia por outros meios que não a de origem fóssil, uma tendência em todo mundo. A PBio representa a construção de um futuro que prioriza e concilia o desenvolvimento social com a responsabilidade ambiental.
O Governo Bolsonaro, neste momento grave de crises sanitária, econômica e ambiental, ao invés de insistir na privatização das empresas públicas, deveria priorizar a efetivação da vacinação, do auxílio emergencial e outras medidas que garantam dignidade ao povo e contribuam para a construção de um futuro socialmente e ecologicamente justo. A venda da PBio é mais um dos crimes de Bolsonaro contra a soberania nacional. É um processo de saqueio e pilhagem de patrimônio público e só beneficiará os grupos privados que dão sustentação ao governo.
Com isso, a POCAE expressa toda solidariedade e apoio aos petroleiros em greve e convoca todas as organizações da classe trabalhadora brasileira a se mobilizarem contra os ataques aos direitos trabalhistas a ao entreguismo de Bolsonaro, que, neste momento, vende a preço de banana empresas estratégicas para o país, como as refinarias e subsidiárias da Petrobras e também a Eletrobras.
Devemos seguir mobilizados para que estas empresas sejam 100% públicas, e que cumpram seu papel de impulsionar a construção de um futuro com soberania e um desenvolvimento justo, com destinação de recursos para a saúde, educação, ciência, tecnologia, incentivo a alternativas energéticas, emprego e direitos para o povo brasileiro.