Pontes que ligam as comunidades Agrovila 2, Distrito Granjas do Norte e Vargem do Setúbal estão em péssimas condições de uso e população não recebe retorno da prefeitura
Publicado 06/08/2020
O descaso do poder público dos municípios Chapada do Norte e Jenipapo de Minas, no Vale do Jequitinhonha/MG, mantém três pontes que ficam entre as regiões em péssimas condições, sem reformas há anos.
As pontes foram construídas pela empresa Rural Minas na época da construção da Barragem Setúbal, no município de Jenipapo de Minas, no período de 2007 a 2010 para o desenvolvimento da região. O desenvolvimento e a melhora nas condições de vida da população, anunciadas com a construção da barragem nunca existiu.
Entre os anos de 2012 e 2015, as três pontes ficaram em condições ruins de uso, sem reformas ou reparações, provocando acidentes e causando medo nos moradores. Revoltados com o descaso e com a falta de retorno, as pontes foram incendiadas e destruídas.
Apesar disso, as pontes Córrego Ribeirão, Araçazal e Córrego do Bolas, interligam as comunidades Agrovila 2, Distrito Granjas do Norte, Vargem do Setúbal e Ribeirão da Cachoeira, municípios da Chapada Norte, mas distante da sede, e são importantes para interligar os municípios de Jenipapo de Minas, Chapada do Norte e Minas Novas, além de ser uma estrada utilizada para transportar passageiros e alimentos para os municípios.
De acordo com Pedro Paulo de Oliveir, atingido e militante do MAB na região, “a ponte do Córrego Ribeirão recebeu uma reforma dos moradores há mais de dez anos, que com mutirões de serviço e materiais melhoraram a principal ligação entre a comunidade e as cidades” relatou. Hoje, a ponte que não tem alternativa de desvio voltou apresentar más condições de uso devido aos alagamentos que a água da barragem Setúbal causa na região, deixando a ponte submersa. As outras, do Córrego Araçazal e Córrego do Bolas, receberam desvios, para garantir a transição dos moradores.
O maior problema da região é no período de chuva, que alaga os acessos alternativos e deixa a população completamente isoladas. Para Pedro Paulo “a situação é complicada. Imagina se alguém adoece? Já teve caso de pessoas nessa região que adoeceram e acabou indo a óbito porque não tinha como ir até o pronto socorro mais próximo, que seria em Jenipapo de Minas” relatou.
Atingidos organizados no Movimento dos Atingidos por Barragens – MAB, junto com os moradores das comunidades, estão trabalhando na elaboração de um ofício para os prefeitos de Jenipapo de Minas e Chapada do Norte, reivindicando a reforma das pontes e alguma alternativa a emergencial para os moradores.