Atingidos trancam linha de trem da Vale em Minas Gerais

Cerca de 200 atingidos e atingidas pelo rompimento da barragem de Córrego do Feijão bloqueiam a linha férrea da Vale na altura do município Mário Campos, próximo à Brumadinho durante […]

Cerca de 200 atingidos e atingidas pelo rompimento da barragem de Córrego do Feijão bloqueiam a linha férrea da Vale na altura do município Mário Campos, próximo à Brumadinho durante todo o dia desta terça-feira.

Os atingidos reivindicam reunião direta com a diretoria da Vale, a continuidade do auxílio emergencial e a contratação imediata das assessorias técnicas, além de outras pautas.


Foto: Comunicação MAB

A Polícia Militar chegou em pouco tempo ao local e intimida atingidos e comunicadores de forma agressiva e truculenta. Os policiais tentam negociar com os atingidos exigindo a saída da linha do trem, afirmando que “a reunião pra isso (pauta dos atingidos) é no dia 21”, como se falassem em nome da empresa.

As famílias atingidas levaram ao local instrumentos de trabalho, como enxadas e varas de pescas, e foram obrigadas e se desfazer dos materiais pela PM. No lugar, trouxeram alimentos produzidos pelas comunidades.

Vale foge da responsabilidade com os atingidos

A mineradora afirma que não tem responsabilidade pela linha do trem ou sequer a utiliza, sendo a proprietária a empresa MRS. No entanto, a MRS é responsável pelo transporte da carga de minério da Vale e outras mineradoras, sendo somente uma prestadora de serviço. Afirmamos ainda que as acionistas da MRS são: Vale, CSN, Gerdau, Usiminas e MBR.

Às 14h, será realizada uma Assembleia com atingidos e atingidas da região para definir os rumos da ocupação e debater o direito à continuidade do Auxílio Emergencial e contratação das Assessorias Técnicas.


Foto: Mídia Ninja

O Movimento dos Atingidos por Barragens-MAB reforça que a manifestação na linha do trem é PACÍFICA. “Nós só tem repressão, a gente não aguenta mais. Queria saber porque a polícia veio aqui atrás da gente, que aqui não tem ladrão não. Eles vêm aqui procurar quem está com sede e fome e não da Vale que é assassina”, conta seu Luiz, morador de Barra Longa, atingido pelo crime da Vale, Samarco e BHP Billiton.

 

As comunidades atingidas exigem:

    • A continuidade do auxílio emergencial aos atingidos;

    • A contratação imediata das assessorias técnicas.

    • Que não parem as buscas pelas vítimas;

    • Exigem uma reunião com a diretoria da Vale;

    • Exigem que a diretoria da empresa participe das audiências sobre o auxílio emergencial e a contratação das assessorias técnicas.


Foto: Mídia Ninja