Crime da Vale é tema de exposição na Câmara dos Vereadores do Rio
Iniciou hoje (4) a exposição Registros da impunidade: 4 anos de lama e luta, que retrata o crime da Vale com o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas […]
Publicado 04/11/2019
Iniciou hoje (4) a exposição Registros da impunidade: 4 anos de lama e luta, que retrata o crime da Vale com o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana, Minas Gerais, há 4 anos. A exposição acontece na câmara de Vereadores do Rio de Janeiro e segue até o próximo dia 8 de novembro, sexta-feira.
A exposição quer resgatar os sentimentos de solidariedade e indignação que nasceram no povo brasileiro no dia 5 de novembro de 2015, desde quando recebemos as primeiras informações sobre o rompimento da barragem da Samarco, de propriedade da Vale e BHP Billiton. 19 pessoas morreram e uma mãe teve um aborto forçado na lama. Milhares ficaram desalojados e sem água potável para beber. Mais de 600 quilômetros do rio Doce foram destruídos, causando a morte de peixes e da biodiversidade marinha no litoral capixaba.
O rastro de destruição ainda marca à ferro o bravo povo atingido. As empresas criminosas continuam impunes e se negam a recuperar o meio ambiente e a reconstruir o que é direito do povo. Nenhuma casa foi construída, a água do rio continua contaminada, a pesca ainda é inviável, os graves problemas de saúde por contaminação com metais pesados são cada vez maiores.
Pouco tempo depois Minas Gerais chorou de novo mais uma desgraça causada pela Vale. Choramos juntos a morte de 272 pessoas e a destruição do rio Paraopeba com o rompimento da barragem da Vale em Brumadinho, em 25 de janeiro de 2019. Foi o maior acidente de trabalho da história do nosso país.
Ao visitar a exposição, podemos nos perguntar: Até quando esses crimes continuarão? Até quando continuaremos perdendo vidas? Até quando empresas continuarão impunes, livres para cometerem mais crimes? Até quando vamos permitir que nosso patrimônio seja explorado por empresaa irresponsáveis, que nada deixam em nosso país além da destruição? Que as respostas a estas perguntas nos provoquem para que nossos sentimentos de solidariedade e indignação continuem vivos e pulsantes.