MAB denuncia CSN e cobra creche durante Grito dos Excluídos em MG

Famílias atingidas pelo complexo de barragens Casa de Pedra, em Congonhas, participam de marcha durante o Grito dos Excluídos neste 7 de setembro. Foram 3 km de caminhada, que saiu […]

Famílias atingidas pelo complexo de barragens Casa de Pedra, em Congonhas, participam de marcha durante o Grito dos Excluídos neste 7 de setembro.

Foram 3 km de caminhada, que saiu do bairro Residencial, localizado abaixo da barragem, até o centro da cidade. O Grito foi realizado em sua 25ª edição e ocorre em diversos municípios do país. Em Congonhas, é organizado pela dimensão sociopolítica da Arquidiocese de Mariana.

 

O Movimento dos Atingidos por Barragens-MAB puxou a Marcha, com bandeiras e faixas cobrando da mineradora CSN, proprietária do complexo Casa de Pedra, a reabertura da Creche Dom Luciano em local seguro.

A Creche, que funcionava no bairro Residencial e atendia 130 crianças, não iniciou o ano letivo de 2019 devido a insegurança da barragem e permanece fechada até hoje.

Por desespero, 60 mães fizeram um abaixo-assinado encaminhado à Prefeitura para retorno da creche para o mesmo local. De forma oportunista, a empresa apoia essa iniciativa para fortalecer sua narrativa de que a área não é de risco. O movimento e seus parceiros defendem que a creche seja reaberta em local seguro. “A Prefeitura de Congonhas deve ter a iniciativa, pois política pública não se terceiriza, e a CSN, causadora do problema, deve arcar com os custos”, afirma Fernanda Rodrigues, do MAB.

Além da Creche, muitas famílias querem sair da área de risco, e com seus direitos garantidos. “Nosso local foi congelado, pois nem a Prefeitura investe mais”, afirma uma atingida moradora do bairro Residencial. Ela diz ainda que os preços dos imóveis no local despencaram, chegando a baixar para R$50 mil o que antes valia R$300 mil.

Na região de Congonhas, são 24 barragens de rejeitos de minério. Somente Casa de Pedra, em área urbana, acumula 94 milhões de m³ de rejeitos, o equivalente a duas montanhas do tamanho do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro. Em caso de rompimento, as 5 mil pessoas moradoras da área de auto-salvamento teriam apenas 8 segundos para fugir da morte.

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro