Grito dos Excluídos faz alerta sobre a destruição do Brasil
Neste 7 de setembro, milhares de manifestantes participaram da 25ª edição do Grito dos Excluídos em mais de 200 atos, em todos os estados do país, de acordo com a […]
Publicado 08/09/2019
Neste 7 de setembro, milhares de manifestantes participaram da 25ª edição do Grito dos Excluídos em mais de 200 atos, em todos os estados do país, de acordo com a organização.
Junto aos movimentos populares que tradicionalmente participam das atividades do Grito, estudantes também foram às ruas em mais um Tsunami da Educação denunciando o corte de bolsas de pesquisa nas universidades e o desmonte da educação pública. Vestindo preto, os jovens mostraram um contraponto ao chamado do presidente que pediu que os brasileiros saíssem vestidos de verde e amarelo.
Hoje é a volta dos caras-pintadas. Estamos nas ruas com sentimento de patriotismo. Dando esse grito em defesa da soberania de nosso país, contra os cortes na educação e em defesa da nossa Amazônia, disse a estudante Rosana Barroso, 20 anos, da União Nacional dos Estudantes (UNE).
Um tema muito presente nos atos foi a defesa da Amazônia, que além de ser um debate ambiental, passa, principalmente, pela questão da soberania nacional. Militantes do MAB ecoaram o grito defender a Amazônia é defender o Brasil.
Com o lema Este sistema não vale: lutamos por justiça, direitos e liberdade, essa edição criticou a reforma da previdência, as políticas econômicas que aumentam o desemprego e a pobreza, além de pautar a defesa da democracia e demonstrar o viés de perseguição na prisão política do ex-presidente Lula.
Em Minas Gerais, além do ato em Belo Horizonte, houve manifestações em diversas regiões. Em Congonhas, cidade cercada por 24 barragens, das quais 54% delas têm alto potencial de rompimento, o grito foi de denúncia contra os crimes da Vale e de alerta com relação a insegurança vivida pela população.
Em São Paulo, a passeata, que teve cerca de 15 mil pessoas, segundo os organizadores, percorreu a Avenida Paulista até o monumento às Bandeiras, que fica no Ibirapuera. Para Raimundo Bonfim, da Central de Movimentos Populares (CMP), o balanço desta edição do Grito foi positivo. É um grito c contra o retrocesso do governo Bolsonaro, contra o desemprego, a destruição das políticas habitacionais, o desmantelamento da educação brasileira, sem falar no que estão fazendo com a Amazônia”, pontua Bonfim.
Militantes do MAB, na capital paulista, entregaram mudas de árvores nativas aos participantes. Defender a Amazônia é defender a vida, a soberania do nosso país, os recursos naturais do povo brasileiro, afirma Ubiratã Dantas, da coordenação do MAB.
No Santuário de Aparecida (SP), o já tradicional ato, começou às margens do rio onde a imagem da padroeira do Brasil foi encontrada em 1717, no Porto de Itaguaçu. Ali, como há 25 anos, iniciava o Grito dos Excluídas, ao lado da Romaria dos Trabalhadores, que este ano está em sua 32ª edição. Nas proximidades da Basília, o Grito dos Excluídos denunciou o rompimento da barragem em Brumadinho (MG) e a situação dos atingidos pelo crime ambiental da Vale.