Programa de Bolsonaro para o gás vai beneficiar mais ricos e empresas estrangeiras

Foto: Stéferson Faria, Agência Petrobras / Fotos Públicas O governo Bolsonaro lançou na terça-feira (23) o “Novo Mercado do Gás Natural”. O programa promete “abertura do mercado do gás natural” […]

Foto: Stéferson Faria, Agência Petrobras / Fotos Públicas

O governo Bolsonaro lançou na terça-feira (23) o “Novo Mercado do Gás Natural”. O programa promete “abertura do mercado do gás natural” para estimular a concorrência e buscar reduzir o preço. No entanto, achar que, com isso, o preço do gás irá diminui é pura ilusão.

O programa não contempla a política de preço do botijão de gás de cozinha, que é o principal insumo consumido pelas residências. O preço do gás de cozinha segue a mesma política implantada pelo governo golpista de Michel Temer. O foco do governo não são os trabalhadores, mas sim os setores industriais de alto consumo de gás natural, especialmente a indústria exportadora de celulose, mineração e siderurgia e as corporações privadas estrangeiras que querem apropriar-se dos negócios do pré-sal brasileiro.

O plano do governo prevê seguir o mesmo caminho que foi adotado no setor elétrico nacional, que prometia reduzir o preço da luz por meio da abertura ao chamado “mercado”. Este modelo no setor elétrico transformou a conta de luz dos 72 milhões de consumidores residenciais nas tarifas mais altas do mundo. O resultado foi a geração de lucros extraordinários às empresas internacionais que se apropriaram do setor elétrico brasileiro, enquanto ao povo brasileiro sobrou uma brutal exploração por meio das contas de luz.

O governo promete que a chamada “concorrência” irá chegar ao “preço da luz” e do “botijão”. Ora, o povo brasileiro já conhece os resultados da implantação do “modelo de mercado” por meio da privatização da energia e da adoção do sistema tarifário de regulação das tarifas pelo “preço teto”, que dividiu os consumidores em cativos e livres. Este modelo de definição das tarifas obriga o povo brasileiro a pagar pelo gás, combustíveis e energia elétrica o preço internacional, que é muito superior à realidade brasileira de produção da energia.

O Brasil possui um dos mais baixos custos de produção da energia do mundo e, ao entregar o gás ao chamado “mercado”, fará o povo pagar preços mais altos, ou seja, equivalente ao preço internacional. Com isso, garante taxas de lucro extraordinárias as empresas estrangeiras que estão se apropriando das extraordinárias áreas de petróleo e gás originárias do pré-sal brasileiro.

Na história brasileira dos preços dos combustíveis (gasolina e óleo diesel), do gás de cozinha (GLP), do gás natural (GN) e da energia elétrica, a realidade já revelou que as empresas públicas estatais sempre ofereceram preços menores aos consumidores, enquanto que as empresas privadas sempre praticaram preços mais altos. Prometer que a “abertura ao mercado” irá reduzir os preços da energia é pura retórica para falsear a realidade.

Entregar áreas estratégicas de energia, principalmente originárias do pré-sal, ao controle das petroleiras e empresas internacionais de energia é o aprofundamento da estratégia de destruição da soberania nacional, que segue em curso desde o golpe que derrubou a presidenta Dilma. O resultado deste processo será a entrega das reservas estratégicas de energia ao controle internacional, tornando o Brasil cada vez mais dependente e subordinado ao controle das corporações imperialistas – ao mesmo tempo aumentando a exploração sobre o povo brasileiro por meio do pagamento de tarifas de energia mais altas.

Portanto, ao contrário do que promete o governo, o programa do mercado de gás irá beneficiar os mais ricos, em especial as corporações estrangeiras de energia e indústrias exportadoras de produtos primários eletrointensivos (grandes consumidores livres). Enquanto isso, aumenta a subordinação externa de nosso país, e o povo brasileiro será obrigado a pagar a conta por meio do aumento do gás de cozinha, energia elétrica e combustíveis.

Água e energia com soberania, distribuição da riqueza e controle popular!

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