Nota de solidariedade da Plataforma Operária e Camponesa aos petroleiros uruguaios

A Plataforma Operária e Camponesa de Água e Energia (POCAE) manifesta o seu apoio e solidariedade à greve dos trabalhadores petroleiros da distribuidora de gás natural do Uruguai, a MontevideoGas, […]

A Plataforma Operária e Camponesa de Água e Energia (POCAE) manifesta o seu apoio e solidariedade à greve dos trabalhadores petroleiros da distribuidora de gás natural do Uruguai, a MontevideoGas, que pertence à Petrobras. A greve, por tempo indeterminado, foi deflagrada nesta segunda-feira (10).

Foto: União Autônoma de Operários e Empregados da Companhia do Gás.

Os cerca de 350 trabalhadores protestam contra a precarização do setor de gás natural e contra as demissões, que ocorrem em função do desmonte que a empresa brasileira está promovendo no setor de gás do país vizinho.

Em nota, em 10 de maio de 2019, a Federação Única dos Petroleiros (FUP) informou que o pacote de venda de ativos, aprovado pelo Conselho de Administração da Petrobras no dia 26 de abril, inclui a saída do setor de distribuição de gás do Uruguai. Porém, o serviço de gás no Uruguai é uma concessão estatal. Existem 38.600 usuários que precisam desse serviço, sob as condições do contrato de concessão.

Dessa forma, a Petrobras precisaria da autorização do poder executivo para abandonar a concessão do serviço público de gás natural. Por essa razão, a empresa pretende gerar grandes conflitos com os trabalhadores e, por consequência, afetar os usuários – a fim de ter as melhores condições para negociar favoravelmente com o estado a sua saída do país.

A demissão de funcionários da Petrobras intensificou o conflito dos trabalhadores com a estatal brasileira no Uruguai, após o anúncio de que a empresa se retirará do país. 

“Em 25 de abril, nós ocupamos a empresa sob controle. A partir do dia 14 de maio, a Petrobras demitiu 11 trabalhadores e suspendeu por 14 dias, com ameaça de demissão, 57 trabalhadores, ou seja, quase 60% da força de trabalho”, relatou Alejandro Acosta, dirigente do sindicato dos trabalhadores.

Alejandro Acosta relata que esse desmonte teve início com as privatizações da década de 1990 e afirma que o sindicato não pretende prejudicar os serviços essenciais e que segue em defesa do serviço público de gás e do direito de greve. Por fim, Acosta denuncia que a empresa está contratando terceirizados para realizar o trabalho dos grevistas e que a greve iniciada ontem irá se estender até que se resolva a situação dos trabalhadores, mesmo que a Petrobras saia do país, não irão aceitar nenhuma demissão. 

A POCAE manifesta a sua solidariedade integral aos companheiros uruguaios que, assim como os petroleiros brasileiros, denunciam a apropriação privada dos bens naturais do povo e da nação e os prejuízos que o controle do setor energético por empresas privadas causam tanto aos consumidores quanto aos trabalhadores.

Água e energia não são mercadorias!

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro