Mais aumento: Aneel beneficia setor elétrico com elevação de preço das bandeiras
Com acréscimo em taxas, empresas devem lucrar cerca de R$ 1,4 bi em um ano Foto: Guilherme Weimmann Foi aprovado, nesta terça-feira (21), um reajuste nas bandeiras fixadas nas contas […]
Publicado 22/05/2019
Com acréscimo em taxas, empresas devem lucrar cerca de R$ 1,4 bi em um ano
Foto: Guilherme Weimmann
Foi aprovado, nesta terça-feira (21), um reajuste nas bandeiras fixadas nas contas de luz. A bandeira amarela que custava R$ 1 por 100 kWh passou para R$ 1,50, a vermelha (patamar 1) que custava R$ 3 foi para R$ 4, e a vermelha (patamar 2) era R$ 5 e agora R$ 6.
Desde 2015, está anexado às tarifas do serviço de energia elétrica no Brasil o sistema de bandeiras tarifárias (verde, amarela e vermelha) – com o objetivo de sobretaxar as contas de luz, de acordo com as condições de geração. Em caso de reservatórios com nível de água mais baixo do que o considerado normal, passa a valer a amarela, com a situação ainda mais crítica, a vermelha. A justificativa da Aneel é contestada. Especialistas avaliam que a cobrança é abusiva e fruto de um sistema elétrico que quer privilegiar o lucro das concessionárias.
“Essa regra de existência da bandeira serve para punir as residências e beneficiar os donos de energia. É uma farsa, a aplicação das bandeiras não tem relação com a realidade”, opina Gilberto Cervinski, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens.
No Brasil, há mais de 72 milhões de residências consumidoras de energia que, juntas, devem fornecer para o setor elétrico cerca de R$ 1,4 bi a mais, após o reajuste recém anunciado.
Cervinski afirma: ” a nossa conta de luz é uma das mais altas do mundo quando, na verdade, deveria ser a mais baixa porque a base é a geração com as hidrelétricas”. No mês de março deste ano, 79% da energia utilizada no país foi gerada por meio das hidrelétricas.
As mudanças começam a valer a partir do mês que vem. Agora, em maio, a bandeira vigente é a amarela.