Em eventos na ONU, atingidos denunciam consequências sociais e ambientais do crime da Vale

Por ocasião da 40ª sessão da Organização das Nações Unidas promovida em Genebra, MAB cumpre agenda internacional com debates oficiais da entidade e também nas universidades     

Desde a semana passada, membros da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens estão na Europa para fazer um alerta sobre as violações ocorridas em Brumadinho e em outras regiões de atuação do movimento e para divulgar internacionalmente o posicionamento da Vale perante os atingidos – de descaso e lentidão para dar respostas concretas após o crime.

Na próxima sexta-feira (15), na haverá um encontro da sociedade civil brasileira com a alta comissária Michelle Bachelet, onde o MAB terá espaço para fazer uma fala para a chefe do setor de Direitos Humanos da ONU.  

A agenda na Suíça, junto com integrantes de organizações políticas, começou em frente à sede da Vale transnacional que fica no Cantão Vaud. Os atingidos entregaram aos acionistas da empresa uma cópia do acordo assinado no dia 20 de fevereiro por advogados da Vale no Tribunal de Justiça de Minas Gerais, que estabeleceu o pagamento de auxílio emergencial e até agora, quase dois meses depois do rompimento, ainda não começou a ser cumprido. “Aqui temos oportunidade de denunciar, nós estamos solicitando solidariedade internacional para que se faça justiça ao povo atingido”, explica Moisés Borges, coordenador do movimento.   

Em debate público na Universidade de Genebra Letícia Oliveira do MAB tratou do tema ressaltando as consequências ambientais e sociais no estado de Minas Gerais, com os crimes de Mariana e Brumadinho. Oliveira participou também do ato de luta das mulheres no 8 de março na cidade.

Organizada pela Campanha Global pela Soberania dos Povos e Desmantelamento do poder das transnacionais, foi realizada uma mesa paralela com a participação dos atingidos brasileiros. “É uma vergonha o nível de irresponsabilidade que eles têm conosco”, comenta Borges.

Ainda em agenda na ONU, Moises Borges falou em um espaço oficial da 40ª sessão do Conselho de Direitos Humanos e destacou a impunidade de empresas transnacionais como a Vale em casos de violações.  

Nesta quarta-feira (13), o MAB participou de uma coletiva de imprensa no parlamento europeu também na perspectiva de informes sobre os crimes cometidos pela Vale e outras empresas responsáveis por barragens no Brasil.