Audiência pública debate plano de segurança para as barragens em SP
Atingidos de diferentes pontos do estado relataram a parlamentares a importância de ter o tema debatido na casa Foto: Guilherme Gandolfi/ Levante Popular da Juventude. Com ampla mobilização de atingidos […]
Publicado 26/02/2019
Atingidos de diferentes pontos do estado relataram a parlamentares a importância de ter o tema debatido na casa
Foto: Guilherme Gandolfi/ Levante Popular da Juventude.
Com ampla mobilização de atingidos na Assembleia Legislativa de São Paulo nesta segunda-feira (25), a audiência pública “Barragens em São Paulo: estamos seguros?”cobrou uma política de segurança para as mais de 7.177 barragens espalhadas pelo estado. O número apresentado no evento é de 2015 e trata das barragens de grande, médio e pequeno porte – a quantidade surpreendeu os participantes.
De diferentes regiões do estado, mais de 200 representantes de entidades ligadas ao tema ambiental e social esboçaram preocupação com situações de risco envolvendo barragens na presença de parlamentares que ajudaram a construir o evento – que contou com a parceria das lideranças do PT, PCdoB e PSOL.
A líder da bancada do PT na ALESP, deputada Beth Sahão relatou a relevância do tema e deu destaque para a proposta de construção de uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das barragens na casa. O deputado Carlos Giannazi, liderança do PSOL, pontuou a falta de confiança nos órgãos fiscalizadores. A deputada do PCdoB Leci Brandão não estava presente por questão de agenda e enviou um representante do gabinete que colocou o mandato à disposição da luta. A deputada do PT Bebel Noronha falou sobre os efeitos da privatização no cenário de acidentes envolvendo as barragens.
Foto: Guilherme Gandolfi/ Levante Popular da Juventude.
Iniciada com uma apresentação que lembrou das vítimas do crime da Vale em Brumadinho (MG) organizada por integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens, a audiência teve em falas iniciais as apresentações de: Débora Almeida (Vale do Ribeira), Condesmar Oliveira (Baixada Santista), Mário Sérgio Bortoto (Perus), Irineu (Zona Sul) e Diego Ortiz (Bacia PCJ). Houve uma síntese da audiência na perspectiva de encaminhar o assunto nas comissões da Assembleia.
Ubiratã Dias, da coordenação do MAB, lembra a experiência vivida após o crime da Vale: “Eu vi em Brumadinho que quem socorre o povo acaba sendo sempre o próprio povo, foram exemplos bonitos de humanidade e solidariedade, tive muito orgulho de participar deste trabalho lá e de poder sensibilizar as famílias da importância da organização social na garantia dos direitos”.
Os atingidos do estado de São Paulo seguem mobilizados e em articulação para cobrar fiscalização do poder público; o tema da cava no subsolo de Cubatão (na Baixada Santista), inclusive, já é debatido na Comissão Ambiental da ALESP.