Atingidos pela Samarco/Vale/BHP Billington fecham as entradas de Barra Longa nessa madrugada
Cerca de 70 atingidos de Barra Longa fecham novamente as entradas da cidade contra o descaso das empresas criminosas Samarco/Vale/BHP Billington. Um mês depois da primeira manifestação, a Fundação Renova […]
Publicado 25/09/2018
Cerca de 70 atingidos de Barra Longa fecham novamente as entradas da cidade contra o descaso das empresas criminosas Samarco/Vale/BHP Billington. Um mês depois da primeira manifestação, a Fundação Renova não respondeu às reivindicações da população afetada pela lama de rejeitos.
Hoje, 25 de setembro, representantes da BHP Billinton estão em Barra Longa, mas não aceitam se reunir com os atingidos para ouvir suas exigências. Na última manifestação realizada, a promessa foi de que o presidente da Renova, Roberto Waack, viria a Barra Longa para negociar a pauta de reivindicações dos moradores. Mas a vinda do presidente não aconteceu.
Entre as principais pautas, os atingidos de Barra Longa exigem agilidade no processo de mudança das 30 famílias que estão em casas em situação de risco iminente, devido a rachaduras e danos causados pelas passagens constantes dos caminhões da Renova na cidade. Há um mês, após reunião de negociação, a Fundação se comprometeu a alugar casas para estas famílias, mas o processo segue lento, sem nenhuma mudança de fato ter ainda acontecido.
Os atingidos também buscam o reconhecimento das mulheres como atingidas e pagamento do auxílio financeiro emergencial àquelas que perderam renda com o rompimento da barragem, o reconhecimento dos demais trabalhadores que perderam renda, antecipação de indenização para todos que tiveram deslocamento físico, pagamento de tratamento adequado de saúde para as pessoas com exames que indicam contaminação por metais pesados, dentre outras.
Como os representantes da empresa criminosa vão conversar apenas com a Fundação Renova, nós bloqueamos as entradas da cidade para mostrar que é o povo que tem que dizer pra BHP a situação de violação de direitos que vivemos e não a Fundação que Renova o crime todo dia, declara Letícia Oliveira, militante do Movimento dos Atingidos por Barragens-MAB.
Os moradores afirmam que não sairão do local até que tenha um posicionamento efetivo das empresas e Renova diante dos problemas que vivem após a invasão da lama de rejeitos na cidade, que atingiu também toda a Bacia do Rio Doce.