Celpa (PA) cobra a energia elétrica mais cara do Brasil

A Agência de Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) autorizou as Centrais Elétricas do Pará (CELPA) a aumentar a conta de energia elétrica dos paraenses em 11,75%. Com o novo aumento, […]

A Agência de Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) autorizou as Centrais Elétricas do Pará (CELPA) a aumentar a conta de energia elétrica dos paraenses em 11,75%. Com o novo aumento, a CELPA passou a ser a concessionária que cobra a energia mais cara do Brasil: R$ 0,671 o Kwh.

Esse valor não inclui os tributos e outros elementos que compõem a conta de energia elétrica, como o ICMS e taxa de iluminação pública. No estado do Pará, o ICMS corresponde a 25% da conta de energia elétrica, no entanto, esse recurso ainda vai para os cofres do governo do estado e das prefeituras, já o aumento da CELPA vai para os bolsos dos acionistas da empresa Equatorial.

A CELPA atende cerca de 2,6 milhões de unidades consumidoras dos 144 municípios paraenses. A empresa Equatorial possui 96% do controle da CELPA e lucrou no 1º trimestre de 2018 com a venda de energia aos paraenses cerca de R$1,2 bilhões.

 

Uma grande contradição

Em 2017 as hidrelétricas de Belo Monte, Tucuruí e Curuá Una, as três que alagam áreas totalmente pertencentes ao estado do Pará, somaram uma geração de 40,37 mil GWh. Em 2017 as hidrelétricas de Santo Antônio do Jari (divisa com o Amapá) e Teles Pires (divisa com o Mato Grosso) somaram uma geração de 8,9 mil GWh, assim, o estado do Pará foi o terceiro no Brasil que mais gerou energia de fonte hídrica.

Em 2018, até o mês de julho, o Pará já superou o estado de São Paulo e atualmente só perde para o estado do Paraná na geração de energia hidrelétrica. A tendência é o Pará se tornar o primeiro estado em produção de energia hidrelétrica no país porque até junho de 2020 ainda haverá instalação de turbinas na hidrelétrica de Belo Monte.

Para gerar essa quantidade de energia, foram causados uma série de danos ambientais e socioeconômicos. Em nossa conta, cerca de 100 mil pessoas foram deslocadas compulsoriamente no estado do Pará de suas terras e casas para dar lugar ao lagos das barragens.

“É uma grande contradição o Pará pagar a energia mais cara do Brasil. Entendemos que o Estado e as empresas do setor elétrico tem uma dívida com os atingidos, por isso defendemos que os atingidos por barragens no Pará e no Brasil (mais de 1 milhão de atingidos) deveriam ser isentos de pagar a tarifa de energia elétrica”, afirma Jackson Dias, da coordenação do MAB no Pará.

 

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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