Filme Arpilleras tem exibição exclusiva em Belo Horizonte (MG)
Após a exibição do filme, evento contou com bate-papo com protagonista do filme Na tarde chuvosa deste domingo (04), o Cine Sesc Palladium exibiu o filme documentário Arpilleras: mulheres atingidas […]
Publicado 05/02/2018
Após a exibição do filme, evento contou com bate-papo com protagonista do filme
Na tarde chuvosa deste domingo (04), o Cine Sesc Palladium exibiu o filme documentário Arpilleras: mulheres atingidas bordando a resistência. O longa-metragem, produzido pelo Coletivo de Mulheres do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), traduz a luta e resistência das mulheres atingidas por hidroelétricas e barragem de rejeitos, como no caso do rompimento da barragem em Mariana.
A sessão exclusiva teve entrada gratuita. Antes da exibição do filme foi lida a poesia Indignação de uma Mulher pela integrante da Ciranda do MAB, Dandara Andrioli (12 anos). Os versos emocionaram e animaram o público, pois retrata a realidade das mulheres que convivem com vários problemas, relacionados ao machismo e situações em que perderam famílias e casas.
A presença de Simone Silva, atingida pela barragem da Samarco (Vale/BHP) em Barra Longa e uma das protagonistas do filme enriqueceu o bate-papo com público seguido da exibição do filme. Toda vez que assisto a este filme é uma emoção diferente. Depois desses anos organizada no MAB, já reconheço o lugar da mulher, principalmente do meu papel. Percebi que sou sujeito no processo e protagonista de mudanças na minha vida, comunidade e, talvez, até o mundo, comentou Simone.
O Sesc Palladium fica na região central de Belo Horizonte e recebe uma rotatividade muito grande de públicos diferentes. Para a professora aposentada Hildete Martins, frequentadora assídua da programação do espaço, a cultura e a arte por meio das Arpilleras, nos faz refletir sobre a sociedade. Eu não conhecia o trabalho do movimento. Percebi que é uma luta importante e que existe muito descaso com a população atingida. Eu mesma senti vontade de ajudar o movimento. É um trabalho lindo, disse a professora.
Fiquei muito feliz de ter saído de casa hoje, num domingo chuvoso para prestigiar o filme Arpilleras. Ver como funciona a dinâmica na realidade das mulheres atingidas por barragens. O filme mostra que independente de onde estejamos não tem como não sentir o que essas mulheres passaram. Eu me senti atingida pela realidade social. Sabemos que é uma luta internacional, disse Adriana Alves Lara, moradora e ex Prefeita de Vespasiano, a 30km de Belo Horizonte.