Atingidas por barragens apresentam Arpilleras no SESC
Durante essa semana, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo foi palco de oficinas e do lançamento do documentário Arpilleras: atingidas por barragens bordando resistência. A atividade […]
Publicado 27/10/2017
Durante essa semana, o Centro de Pesquisa e Formação do Sesc São Paulo foi palco de oficinas e do lançamento do documentário Arpilleras: atingidas por barragens bordando resistência. A atividade ocorreu nos dias 24, 25 e 26 de outubro.
Além da exibição do filme, o espaço proporcionou discussão teórica e vivência prática com as integrantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Marina Calisto, da coordenação nacional do MAB e personagem do filme, Neudicléia de Oliveira, do Coletivo de Mulheres e Comunicação do MAB e Esther Vital, que desde 2008 trabalha pesquisando e promovendo processos de documentação e empoderamento por meio da técnica têxtil popular chilena chamada arpilleras.
Através da confecção das arpilleras, as mulheres atingidas por barragens conseguem expressar com linha e tecidos aquilo que muitas vezes as palavras não conseguem dizer. Mas as arpilleras não têm só um sentido de denúncia, sendo também uma semente de organização das mulheres, pois cada uma percebe que não está sofrendo sozinha e que é necessário lutar coletivamente para ser mais forte, afirma Marina Calisto.
No Brasil, esta técnica foi resgatada em parceria com o MAB, que organizou, desde 2013, mais de 200 oficinas com a participação de mulheres atingidas das cinco regiões do país. Para a integrante da coordenação nacional do MAB, Neudicléia de Oliveira, esta é uma transgressão do papel da costura. Utilizamos uma atividade corriqueira na vida das mulheres para aperfeiçoar um método de trabalho feminista e popular nas áreas atingidas por barragens, afirmou.
As mulheres do MAB vem utilizando a técnica em todo o Brasil como forma de denúncia das violações de direitos na vida das mulheres na construção de barragens. A arpillera, técnica de costura de retalhos sobre juta, tem origem no Chile, onde as mulheres utilizaram como forma de resistência contra a ditadura militar.