Minas Gerais diz: não à privatização
Todos contra o leilão: entidades, órgãos governamentais, movimentos sociais e sindicais se unem em defesa das usinas da Cemig Cerca de mil e quinhentas pessoas estiveram nas margens do lago […]
Publicado 19/08/2017
Todos contra o leilão: entidades, órgãos governamentais, movimentos sociais e sindicais se unem em defesa das usinas da Cemig
Cerca de mil e quinhentas pessoas estiveram nas margens do lago da barragem de Miranda, em Indiánapolis, no Triângulo Mineiro, nesta sexta-feira (18), no ato político em defesa das quatro usinas que estão sob concessão da Cemig Companhia Energética de Minas Gerais. São elas: São Simão, Jaguara, Miranda e Volta Grande. No total, as hidroelétricas são responsáveis por 50% da geração de energia da estatal.
O governo ilegítimo de Michel Temer quer privatizar as usinas por meio de um leilão. O interesse de Temer é arrecadar R$ 11 bilhões com a venda das hidroelétricas. As usinas já foram pagas pelo povo mineiro, por meio da conta de luz. Caso sejam privatizadas, os R$ 11 bilhões seriam transferidos para a tarifa de energia, ou seja, o povo pagaria novamente o que já foi pago, disse Jefferson Leandro, presidente do Sindieletro.
Com a privatização, cerca de 70% do que será arrecadado com a geração de energia das hidroelétricas será destinado para pagar o empréstimo do banqueiro que financiar a compra das usinas, com juros e correção. Na prática, serão cobrados nos 30 anos de concessão, 40 bilhões na conta do povo mineiro.
Movimentos sociais e sindicais estenderam uma faixa de 80 metros no muro da barragem com a palavra de ordem NÃO À PRIVATIZAÇÃO. Isso mostra a força do povo mineiro reafirmando que as usinas são para soberania da população. Além disso, nós queremos que o dinheiro excedente dos gastos com manutenção, operação e melhorias sejam investidas em um Fundo Social, destinado para saúde, educação e trabalhos sociais que melhorem a qualidade da vida do povo mineiro, disse Aline Ruas, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens.
A unidade em defesa das usinas é tão expressiva que esta luta conta com o envolvimento de um amplo setor da sociedade. Prefeituras, o Governo de Minas, setores de oposição e situação da Assembleia Legislativa de Minas Gerais e da bancada mineira da Câmara dos Deputados, entidades empresariais e industriais do estado, além da grande diversidade de movimentos sociais e organizações políticas do Brasil estiveram unidos para dizer ‘não’ ao leilão das usinas.
O ato aconteceu no mirante da barragem e fizeram o uso da palavra o Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel, o presidente da Cemig, Bernardo Salomão, representantes da FIEMG, o presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Adalclever Lopes (PMDB), parlamentares da câmera dos deputados, a deputada federal Jô Moraes, o presidente do Sindicato dos Eletricitários – Sindieletro, Jefferson Leandro, a integrante da Plataforma Operária e Camponesa de Energia, Aline Ruas, e a representante da articulação da Frente Mineira em Defesa da Cemig e presidente da CUT-MG, Beatriz Cerqueira.