Atingidos pela lama elencam prioridades para reconstruir distrito de Gesteira
Por Joka Madruga (Terra Sem Males e MAB) Na tarde desta quinta-feira (03), os moradores do distrito de Gesteira, no município de Barra Longa (MG), e que foram atingidos pelo […]
Publicado 04/12/2015
Por Joka Madruga (Terra Sem Males e MAB)
Na tarde desta quinta-feira (03), os moradores do distrito de Gesteira, no município de Barra Longa (MG), e que foram atingidos pelo crime ambiental do rompimento da barragem de Fundão, se reuniram com a Samarco, empresa responsável pela tragédia e que pertence à Vale e BHP-Billiton.
Os atingidos, que estão se organizando no Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), fizeram vários pedidos de urgência para a reconstrução de parte do vilarejo, que fica nas margens do rio Gualaxo.
Assim como na reunião de Barra Longa, com a Mesa de Negociação do Estado de Minas Gerais, os moradores questionaram se há perigo da barragem de Germano romper. E da mesma forma a resposta não agradou os participantes. O representante da Samarco disse que os rejeitos de Germano são mais sólidos que a de Fundão. Um dos moradores questionou a possibilidade desta solidez ser somente por cima e por baixo estar liquido.
E foram elencados as seguintes prioridades para a comunidade: análise da água do poço artesiano para consumo humano; reconstrução das pontes da Onça e Gesteira; revitalização da estrada que dá acesso a Barra Longa; informações mais precisas sobre o risco da barragem de Germano romper; preparar a comunidade para uma eventual situação de emergência; e disponibilidade de um veículo de tração para transportar os moradores até Barra Longa, enquanto a estrada não é recuperada.
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) repassou as informações sobre o que tem sido reivindicado até o momento. Apesar do representante da Samarco não querer que fosse lido a pauta reivindicatória, um dos participantes defendeu a organização no MAB e pediu para que fosse lida, respeitando o acesso a informação.
Para o atingido Rafael Bretas, a situação na cidade está um caos. A empresa não consegue atender as exigências da população, desabafa o produtor de leite. Segundo Bretas, o alcoolismo tem aumentado, pois as pessoas buscam uma forma de escapar desta realidade.