Atingidas por barragens da Amazônia trocam experiências em seminário

Trocar experiências, estudar o modelo energético e construir uma pauta de luta das mulheres. Esses foram os objetivos do Seminário Mulheres da Amazônia, que reuniu 25 atingidas por barragens de […]

Trocar experiências, estudar o modelo energético e construir uma pauta de luta das mulheres. Esses foram os objetivos do Seminário Mulheres da Amazônia, que reuniu 25 atingidas por barragens de seis regiões em Itaituba (PA) nos dias 2 a 4 de outubro. A atividade foi realizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).

O encontro reuniu mulheres atingidas por barragens construídas há 30 anos, como Tucuruí (PA) e Samuel (RO), mulheres atingidas por projetos recentes, como Santo Antônio (RO), Belo Monte (PA) e Estreito (TO), e também mulheres ameaçadas pela construção de novos projetos, como o Complexo Tapajós e a Hidrelétrica de Marabá (PA). A atividade faz parte do trabalho que o Movimento vem conduzindo com as mulheres da região do Tapajós, em parceria com a entidade de cooperação Christian Aid e apoio da União Européia.

“Aprendi muitas coisas, dessa vez foi muito bom porque teve mulheres de outras regiões, com outras experiências e ficou claro que nós temos direitos e que temos que lutar por eles”, afirmou Heidy, moradora da comunidade Pimental, ameaçada pela construção do complexo Tapajós.

Durante o seminário, as mulheres também realizaram a exposição “Arpilleras Amazônicas: mulheres atingidas por barragens costurando direitos na Amazônia”, apresentando 16 arpilleras produzidas pelas mulheres da região na Faculdade do Tapajós (FAT).

“Cada mulher atingida por barragem traz o testemunho de violações de direitos que sofreram em sua região, desde hidrelétricas construídas na ditadura até projetos bem recentes. Mas o principal aprendizado é que as próprias mulheres atingidas, conscientes dos seus direitos, se tornam formadoras para outras companheiras que estão passando pela mesma realidade e reafirmam que só organizadas e em luta são capazes de garantir seus direitos”, afirmou Cleidiane, militante do MAB e coordenadora do projeto.

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro