No Dia da Independência, hidrelétrica foi tema do desfile de estudantes no Mato Grosso
Professores e alunos estão preocupados com o futuro do assentamento atingido pela hidrelétrica de Sinop Alunos da Escola Estadual Renee Menezes Extensão Agrovila, localizada no Projeto de Assentamento Wesley Manoel, […]
Publicado 08/09/2015
Professores e alunos estão preocupados com o futuro do assentamento atingido pela hidrelétrica de Sinop
Alunos da Escola Estadual Renee Menezes Extensão Agrovila, localizada no Projeto de Assentamento Wesley Manoel, em Sinop (MT), apresentaram um tema não tradicional durante desfile cívico do Dia da Independência do Brasil.
Os estudantes decidiram apresentar os impactos da Usina Hidrelétrica Sinop (UHE), que está sendo construída no rio Teles Pires, para sensibilizar a comunidade sobre a pauta dos atingidos. Parte do assentamento será inundado com a operação da barragem.
Os alunos dividiram o desfile em vários pelotões, cada qual com um subtema, como fauna, flora, estradas interditadas, entre outros. Um pelotão especial apresentou as famílias que serão diretamente atingidas e terão que deixar o assentamento. A postura da Concessionária Energética Sinop (CES), responsável pela hidrelétrica, não passou em branco e foi encenada por um professor da unidade escolar.
O coordenador da escola, Hélio, se mostrou preocupado com o andamento das obras e lamentou a quantidade de alunos que terá de deixar as duas unidades escolares do assentamento – uma municipal e outra estadual. Provavelmente uma fechará as portas, visto que dezenas de famílias irão embora, afirmou.
Segundo a militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Tatiane, professores e alunos buscaram retratar o principal problema que ronda a comunidade atualmente. Fomos chamados a participar e debater junto com a escola sobre a barragem. Isso é importante para envolver pais, alunos e professores para, juntos, debaterem os caminhos a serem tomados para a luta por direitos, afirmou.
Cerca de mil famílias serão atingidas pela UHE Sinop. Mais de 30 mil hectares de floresta serão alagados.