Senado
Cai o véu do pensamento, quem pisa o senado não é mais o mesmo, o palco está montado, Brasília é toda um teatro, o nome da peça em cartaz naquela […]
Publicado 08/07/2015
Cai o véu do pensamento, quem pisa o senado não é mais o mesmo, o palco está montado, Brasília é toda um teatro, o nome da peça em cartaz naquela terça-feira à tarde é Pre-sal, alguns trilhões encomendados ao Serra, deus seja louvado!, um deus criado à imagem e semelhança do Capital, o prato principal da Casa, a qual brinca de fazer democracia, que ameaça a plateia da galeria por mau comportamento, que define a ordem do dia, que ajeita os pontos da pauta ao sabor das raposas, que posa sorridente no momento da foto, que se junta aos outros filhos da casa da Mãe Joana, e são servidos de tudo, e tomam água gelada, e comem salgados quentes, e falam ao celular, e cochicham o tempo todo nos ouvidos uns dos outros, e fazem os seus discursos, e dão cascudos no povo, e desdenham a reflexão, e pedem à parte apenas pra que sua imagem seja vista na TV, e se prostituem nos favores do poder-império, estão ali sem estar, tudo que é importante já foi ou será decidido bem longe, noutra data, noutra hora, pois eles têm a caneta, porém a tinta vem na medida certa de seus financiadores, ao menos até o povo organizado tomar a história na mão, com a tintura viva do poder popular, aí sim, ao invés de fazer-se representar, ele será o poder.