Em audiência pública, sindicato cobra fim da terceirização na Companhia Energética de MG
Durante três meses de negociações com a direção da empresa, não houve resultado concreto; nesse período, foram registradas duas mortes de eletricitários de empreiteiras que estavam a serviço da Cemig […]
Publicado 07/07/2015
Durante três meses de negociações com a direção da empresa, não houve resultado concreto; nesse período, foram registradas duas mortes de eletricitários de empreiteiras que estavam a serviço da Cemig
Por Rosana Zica, do Brasil de Fato
Após pelo menos 12 anos de aumento na terceirização das atividades-fim na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), que já levou à morte e à mutilação de centenas de eletricitários, segundo o sindicato da categoria, os trabalhadores da maior estatal de Minas Gerais esperam reverter esse processo.
A Comissão do Trabalho, da Previdência e da Ação Social da Assembleia Legislativa promoveu, no último dia 1º, uma Audiência Pública para debater a recomposição do quadro de trabalhadores da estatal, processo chamado de primarização.
Nesse debate, representantes do Sindicato Intermunicipal dos Trabalhadores na Indústria Energética de Minas Gerais (Sindieletro-MG) defenderam que a retomada do serviço pelo quadro próprio comece imediatamente, com a realização de concurso público.
Estudo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) demonstra que a Cemig tem os maiores índices de terceirização e de acidentes no setor elétrico brasileiro. A própria empresa divulgou que existem, atualmente, cerca de 18 mil trabalhadores terceirizados exercendo atividades-fim.
O coordenador geral do Sindieletro, Jefferson Silva, destacou que as mortes e mutilações de eletricitários são resultado do trabalho precário e desumano nas empreiteiras da Cemig, marcado pela pressão por produtividade e pela sobrecarga de trabalho. Por isso cobramos a primarização e a participação do sindicato nas comissões que apuram as causas de acidentes graves e fatais, defendeu.
Assinatura
O diretor do sindicato, Marcelo Correia, na audiência, lembrou que, depois de três meses de conversa com a direção da empresa, não houve resultado concreto, mas, nesse período, foram registradas duas mortes de eletricitários de empreiteiras que estavam a serviço da Cemig.
Diante da continuidade dos acidentes, do trabalho precário na estatal e da falta de avanços na negociação, os eletricitários lançaram, no mesmo dia da audiência, a Campanha Assina, Pimentel.
A iniciativa cobra do governador do estado, Fernando Pimentel (PT), o compromisso de campanha pelo fim da terceirização das atividades-fim na Cemig e listando pontos para viabilizar o Acordo de Primarização. A pauta dos trabalhadores prevê a contratação de 3 mil trabalhadores por ano pela Cemig e que todos os processos de licitação e de contratação de empresas pela empresa obedeçam a Lei das Licitações.