Após plenária da FUP, a prioridade é lutar contra projeto que entrega Petrobrás às multinacionais
O projeto PLS 131 proposto por José Serra (PSDB) está na pauta de votação do Senado e corre o risco de ser aprovado já nesta terça-feira,07. Com o tema Defender […]
Publicado 06/07/2015
O projeto PLS 131 proposto por José Serra (PSDB) está na pauta de votação do Senado e corre o risco de ser aprovado já nesta terça-feira,07.
Com o tema Defender a Petrobrás é defender o Brasil, a 5ª Plenafup foi realizada em Guararema, entre os dias 01 e 05 de julho, com participação de cerca de 250 trabalhadores, de todos os estados do país. Na sexta-feira, 03, a plenária contou com a presença do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que durante três horas e meia falou para a categoria sobre a importância de se defender a Petrobrás, as conquistas sociais, a soberania e a democracia.
Ele reafirmou o seu compromisso com as lutas dos petroleiros, se prontificando a estar junto com a categoria na campanha em defesa da Petrobrás. Essa luta não é só dos petroleiros, é de quem tem responsabilidade com a soberania desse país”, ressaltou o ex-presidente.
A prioridade da categoria petroleira agora é lutar contra o PLS 131 do Serra, que quer entregar o pré-sal às multinacionais, e barrar o plano de desinvestimentos anunciado pela empresa, afirmou o coordenador da FUP, José Maria Rangel.
Não adianta mais conversar. O governo está quieto, os partidos estão fragilizados e nós vamos fazer o quê? Vamos sentar com a Petrobrás para tratar de questões corporativas, enquanto a empresa está sendo desmantelada e o pré-sal entregue? Não dá para fazermos as duas coisas em paralelo. Ou conduzimos a campanha reivindicatória ou lutamos para garantir os investimentos da Petrobrás, os empregos, a política de conteúdo nacional e o controle do Estado sobre o pré-sal, explicou o coordenador da FUP.
Em 2006, a perspectiva de reservas de petróleo para o país era para 19 anos com o investimento dos governos populares, a perspectiva subiu para 178 anos. Mudou totalmente a visão histórica em relação à produção e a autosuficiência do país. Esses foram dados apresentados pelo representante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Luiz Dalla Costa, durante a primeira mesa temática deste sábado, 4, cujo tema foi “A Plataforma Operária e Camponesa para Energia”. A mesa também contou com a participação do diretor da Federação, Antônio Moraes.
Dalla Costa explicou que na década de 80, as empresas privadas ganhavam no setor energético fornecendo equipamentos e fazendo obras, não geriam a energia que estava nas mãos do Estado. Com a privatização as empresas passaram a se apropriar da energia e a referência para o preço da energia no país passou a ser o preço internacional, cuja matriz energética é o petróleo. Só que a energia no Brasil vem da água, que é muito mais barata e torna o setor com superávit.
“Por isso nossa energia é cara! Ela vem da especulação. Hoje o preço da luz está sendo contrário ao crescimento industrial no país” – alerta.
Em 2009 o lucro médio da AES Tietê foi de 48%, cerca de 480 milhões e todo esse lucro foi remetido para o exterior. Nenhuma parcela foi destinada a reinvestimento no sistema energético brasileiro.
Existem diferenças entre as indústrias de geração de energia elétrica e a do petróleo. Porque a indústria do petróleo se constitui a partir de uma luta histórica e de um sentimento nacional muito forte. Com o agravante que o petróleo é um bem findável. Por isso, para Dalla Costa é necessário organizar a resistência do povo brasileiro, contra a exploração internacional dessa riqueza.
Os petroleiros aprovaram uma série de mobilizações, inclusive um indicativo de greve, para se contrapor ao plano de desinvestimentos em curso na Petrobrás e também para barrar o PLS 131, do senador José Serra (PSDB/SP), que ameaça alterar o modelo de exploração do pré-sal, retirando da Petrobrás a função de operadora única e acabando com a participação obrigatória da empresa em todos os campos exploratórios.
O projeto está na pauta de votação do Senado e corre o risco de ser aprovado já nesta terça-feira,07.
Com informações da CUT, FUP e NF