Movimentos denunciam transnacionais em Bruxelas
Na ocasião da II Cúpula da EU-Celac, realizada em Bruxelas, o MAB juntamente com coletivos e organizações sociais da Europa, África, Ásia, América Latine e Caribe se reuniram durante três […]
Publicado 15/06/2015

Na ocasião da II Cúpula da EU-Celac, realizada em Bruxelas, o MAB juntamente com coletivos e organizações sociais da Europa, África, Ásia, América Latine e Caribe se reuniram durante três dias, de 08 a 10 de junho, nas Jornadas de Mobilização pela Soberania dos povos frente ao Poder das Transnacionais e da Arquitetura dos Tratados de Comércio e investimentos.
Os delegados se encontraram com redes Européias de sindicatos e organizações da sociedade civil para trocar experiências sobre resistências populares diante das políticas de austeridade e ao modelo de políticas extrativista que tem afetado a União Europeia, sobretudo a questão da Grécia e a auditoria da dívida.
Ao longo dos dias, foram realizados diversos testemunhos sobre os deslocamentos forçados das populações, danos ambientais e a criminalização da luta política causados pelas transnacionais. No plano dos atingidos se apresentou o caso emblemático do Complexo Rio Madeira como paradigma das violações aos direitos humanos no Brasil. Na oportunidade, a companheira Rosalinda Hidalgo, do MAPDER (Movimiento Mexicano de Afectados por Presas y en Defensa de los Ríos) apresentou as violações na construção das hidrelétricas na província de Vera Cruz.
As violações aos direitos humanos se cometem com o consentimento de autoridades locais e nacionais, que protegem os interesses das empresas multinacionais abaixo do guarda-chuva dos investimentos em desenvolvimento da região. Os inúmeros tratados bilaterais de comércio e investimentos existentes estão articulados com um mecanismo de impunidade corportativa. É o caso da petrólera Chevron no Equador (participante da investida pela privatização da Petrobrás no Brasil. Nas palavras da companheira Maria Eugenia Garcés do movimento de afetados pela Chevron: “La petrolera Chevron promueve en Ecuador un sistema de aislamiento para evitar el acceso a la justicia de los afectados y ha gastado millones de dólares para dilatar un proceso judicial que ya lleva 22 años“.
A segunda reunião da EU-CELAC se desenrola com o lema Modelar nosso futuro comum: trabalhar por uma sociedade mais próspera, coesa e sustentável para nossos cidadãos. Muito embora, as organizações denunciassem a exclusão e invisibilidade de milhares de pessoas ao redor do mundo, afirmando que o modelo de desenvolvimento instrumentalizado nos tratados bilaterais de o objetivo único de fortalecer as desigualdades assegurando a abertura de mercados ao capitalismo, como mostram as negociações do TTIP, TISA y TPP.
No ato final aos Dias de Mobilização, os representantes se realizaram um Tour contra a impunidade percorrendo o bairro europeu de Bruxelas, que está nas redondezas do parlamento europeu, onde se situa os diversos lobistas que fazem a defesa dos interesses dos conglomerados transnacionais. Desvelando os mecanismos de influência das multinacionais sobre as instituições europeias.