Plenária em São Paulo reafirma luta contra o golpismo

Com a presença do ex-presidente Lula, movimento sociais saíram em defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores, da Petrobrás e da reforma política. Mais de duas mil pessoas de diversos […]

Com a presença do ex-presidente Lula, movimento sociais saíram em defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores, da Petrobrás e da reforma política.


Mais de duas mil pessoas de diversos movimentos populares se reuniram na noite de quarta-feira (31), na Quadra dos Bancários de São Paulo, durante a Plenária Estadual em defesa da democracia, dos direitos dos trabalhadores, da Petrobrás e da Reforma Política.

No dia que antecedeu o aniversário dos 51 anos do golpe militar no Brasil, o integrante da coordenação nacional do MST e representante dos movimentos do campo, Gilmar Mauro, foi enfático na defesa da democracia. “Não haverá golpes no país sem resistência de massa nas ruas. Os nossos movimentos não formaram covardes”, afirmou.

Apesar da defesa da constitucionalidade do mandato da presidenta Dilma Rousseff, Gilmar não poupou críticas ao ajuste fiscal do governo. “Nós precisamos de ajustes, mas não ajustes que agridam os direitos conquistados com muito sacrifício e esforço pelo nosso povo. Precisamos de ajustes contra o capital financeiro, contra as grandes fortunas. Precisamos de ajustes com esses 500 anos de latifúndio e 400 anos de escravidão no país”, destacou.

No mesmo sentido, o presidente da CUT, Vagner Freitas, também censurou a política do atual ministro da Fazenda. “Jamais aceitaremos o golpismo, mas não aceitamos e não podemos achar que o ajuste fiscal feito pelo Levy vá levar esse Brasil à frente, porque não vai. O povo não está satisfeito com o ajuste fiscal, registre-se”, alertou.

A CUT, a CTB e as demais centrais sindicais rechaçam as MPs 664 e 665, que alteram prazos de carência e diminuem os números de trabalhadores com direito ao seguro desemprego, ao abono salarial e pensão por morte e auxílio-doença.

Como resposta à pressão dos movimentos sociais, o ex-presidente Lula ponderou a política econômica de corte orçamentário. “Era necessário fazer um ajuste. Eu fiz um ajuste mais forte do que esse em 2003 porque era necessário. E agora a companheira Dilma tinha a necessidade de dar uma parada”, explicou.

Entretanto, Lula defendeu o papel dos movimentos sociais para empurrar as decisões do governo mais à esquerda. “O sindicato não está contente, tenho certeza que o movimento social não está. Por isso que vocês têm feito reivindicações indo a Brasília. Com a Dilma vocês têm certeza de que podem negociar, mas podem ter certeza que se fossem os tucanos nem em Brasília vocês chegavam”, falou Lula.

Petrobrás

Com a presença do Sindicato dos Petroleiros de São Paulo (Sindipetro – CUT), os movimentos sociais presentes reiteraram a necessidade de unificar a luta em defesa da Petrobrás, considerada por todos como a grande oportunidade de desenvolvimento para o país.

Para o ex-presidente Lula, a Petrobrás é uma empresa de alta governança e clamou que o povo saia às ruas para combater a tentativa de criminalizar a empresa e entregar aos interesses privados.  “Eu tenho orgulho de ter tido o privilégio de ter sujado a mão no primeiro petróleo do pré-sal e ter metido nas costas da Dilma com os quatro dedos que eu tenho na mão”, afirmou.

Reforma Política

Em diversos momentos, a plenária era interrompida com o coro “o povo quer falar, constituinte já”. Além disso, eram visíveis diversas faixas que reivindicavam a realização do Plebiscito Popular por uma Constituinte Exclusiva e Soberana para a Reforma Política.

Entretanto, o único tema consensual relacionado à reforma política popular foi a urgência da aprovação do fim de financiamento empresarial de campanha. Os movimentos relembraram o julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 4650, relacionada ao financiamento privado de campanha, apresentada pela Ordem dos Advogados do Brasil ao Supremo Tribunal Federal, que desde o dia 2 de abril de 2014 está engavetada pelo ministro Gilmar Mendes.

Diversas entidades lançaram a campanha #DevolveGilmar, que cobra do ministro a votação da medida no STF, que já obteve 6 votos favoráveis contra 1 voto contrário.

Lutas

Todas as falas da plenária fizeram menção às próximas lutas marcadas para o próximo período, como a do dia 7 de abril, 26 de abril (data de aniversário dos 50 anos da Rede Globo de Televisão) e 1º de maio, Dia do Trabalhador. 

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