Pressionada, Norte Energia admite construir mais casas para os atingidos
A Norte Energia, dona de Belo Monte, admitiu construir mais casas para os expulsos pela barragem na cidade de Altamira. Os atingidos comemoram essa conquista pois já cansaram de denunciar […]
Publicado 11/12/2014
A Norte Energia, dona de Belo Monte, admitiu construir mais casas para os expulsos pela barragem na cidade de Altamira. Os atingidos comemoram essa conquista pois já cansaram de denunciar que o número de casas planejado originalmente apenas 3.980 era insuficiente para garantir o direito de todos os atingidos.
Finalmente a Norte Energia cedeu e admitiu que aquele número de casinhas era muito pouco. Isso é uma conquista nossa porque desde o início do ano os atingidos por barragens vem fazendo luta, ocupação e reunião para denunciar que a empresa estava deixando muita gente de fora do direito ao reassentamento, afirma Edizângela Barros, coordenadora do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e moradora de um dos loteamentos para os atingidos, o Jatobá.
De acordo com notícia divulgada pela Norte Energia, a nova área se chama Pedral e será para atender prioritariamente famílias de pescadores. Serão construídas 500 casas até o fim de 2015 no local, que a empresa insiste em chamar novo bairro, para disfarçar o processo de remoção forçada.
A Norte Energia cadastrou 7.790 famílias na área que será atingida pelo lago da hidrelétrica na área urbana de Altamira. O número de casas previsto inicialmente (3.980) já era subdimensionado e muitas famílias vem sendo pressionadas a aceitar indenizações incompatíveis com o custo de vida em Altamira. Até mesmo o Ministério Público Federal (MPF) reconheceu esse problema e convocou audiência pública com a empresa, governo e população.
Além disso, incontáveis famílias ficaram de fora do cadastro, correndo o risco de não ter nenhum direito garantido. Na estimativa mais conservadora calculada pelo MAB, ao menos 10,7 mil pessoas se encontram nessa situação. Devido à pressão dos atingidos organizados no Movimento, a empresa cedeu e admitiu também no início de novembro a reabertura do cadastramento.
O loteamento Jatobá é o maior para a população removida da área do lago em Altamira, com 1.100 lotes