“Depois de muita luta, fui cadastrada!”, afirma atingida por Belo Monte

Com muita pressão dos atingidos por Belo Monte na cidade de Altamira, a Norte Energia admitiu reabrir o cadastramento das famílias moradoras da área que vai ser alagada pelo reservatório […]

Com muita pressão dos atingidos por Belo Monte na cidade de Altamira, a Norte Energia admitiu reabrir o cadastramento das famílias moradoras da área que vai ser alagada pelo reservatório da barragem. O cadastro é um primeiro passo para a garantia do direito das famílias, pois significa ser reconhecido pela empresa como atingido. O MAB vem denunciando desde o começo desse ano que muitas famílias foram excluídas desse direito sem justificativa.

Na semana passada, a equipe de cadastro passou na rua Bonfim, no bairro Boa Esperança, uma das ruas que havia sido “esquecida” pela Norte Energia no primeiro cadastramento, concluído em janeiro de 2013. Carla Rodrigues, 22 anos, estudante e militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) (FOTO) foi uma das cadastradas. “É só o começo da luta, mas já deu um bom avanço”, afirmou.

Carla Rodrigues mostra ficha do cadastro, primeiro passo para ser reconhecida pela Norte Energia como atingida por Belo Monte

O MAB já vinha denunciando desde o início desse ano que muitos atingidos haviam sido excluídos do cadastramento da Norte Energia. Comparando o levantamento do EIA de Belo Monte com o número de famílias cadastradas, o Movimento estimou que são ao menos 10,7 mil pessoas nessa condição em Altamira. Porém o número pode ser muito maior, devido à dinâmica de migração imposta à cidade pela construção da barragem.

Agora, atingidos e atingidas por Belo Monte ainda tem que lutar para conseguir de fato o direito ao reassentamento, pois para muitas famílias a empresa só está oferecendo uma indenização insuficiente para garantir o direito à moradia em Altamira. Até agora, a empresa cadastrou 7.790 famílias, mas sua intenção é construir apenas 3.980 casas nos seus loteamentos para as famílias.

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