Indígenas fazem autodemarcação, temendo alagamento de aldeias e cemitérios
Demarcação do território se arrasta há 13 anos e no ano passado foi paralisada. Povo Munduruku do Médio Tapajós, que abrange os municípios de Itaituba e Trairão, iniciaram a autodemarcação […]
Publicado 31/10/2014
Demarcação do território se arrasta há 13 anos e no ano passado foi paralisada. Povo Munduruku do Médio Tapajós, que abrange os municípios de Itaituba e Trairão, iniciaram a autodemarcação na semana passada
Por Daniele Silveira,
Impacientes com os desdobramentos judiciais, os indígenas Munduruku da região oeste do estado do Pará iniciaram um processo de autodemarcação do seu território. A ação acontece frente à previsão do leilão para a construção da usina hidrelétrica São Luiz do Tapajós, que afetará diretamente os índios alagando aldeias, florestas e cemitérios.
O povo Munduruku do Médio Tapajós, que abrange os municípios de Itaituba e Trairão, iniciou a autodemarcação no final da semana passada. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), foram organizadas duas frentes de trabalho com 60 guerreiros, que e já abriram 5 km de valas no entorno.
Haroldo Espírito Santo, integrante do Cimi, afirmou que foi uma decisão política diante de uma situação que não deixou outra saída. O procedimento de demarcação do território se arrasta há 13 anos e no ano passado foi paralisado.
Nesta quinta-feira (30) vence o prazo dado pela Justiça Federal para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) apreciasse e publicasse o Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena Sawré Muybu. O relatório está pronto desde 2013 e é etapa fundamental do processo de demarcação.