Indígenas fazem autodemarcação, temendo alagamento de aldeias e cemitérios

Demarcação do território se arrasta há 13 anos e no ano passado foi paralisada. Povo Munduruku do Médio Tapajós, que abrange os municípios de Itaituba e Trairão, iniciaram a autodemarcação […]

Demarcação do território se arrasta há 13 anos e no ano passado foi paralisada. Povo Munduruku do Médio Tapajós, que abrange os municípios de Itaituba e Trairão, iniciaram a autodemarcação na semana passada

Por Daniele Silveira,

Da Radioagência BdF

Impacientes com os desdobramentos judiciais, os indígenas Munduruku da região oeste do estado do Pará iniciaram um processo de autodemarcação do seu território. A ação acontece frente à previsão do leilão para a construção da usina hidrelétrica São Luiz do Tapajós, que afetará diretamente os índios alagando aldeias, florestas e cemitérios.

O povo Munduruku do Médio Tapajós, que abrange os municípios de Itaituba e Trairão, iniciou a autodemarcação no final da semana passada. Segundo o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), foram organizadas duas frentes de trabalho com 60 guerreiros, que e já abriram 5 km de valas no entorno.

Haroldo Espírito Santo, integrante do Cimi, afirmou que “foi uma decisão política diante de uma situação que não deixou outra saída”. O procedimento de demarcação do território se arrasta há 13 anos e no ano passado foi paralisado.

Nesta quinta-feira (30) vence o prazo dado pela Justiça Federal para que a Fundação Nacional do Índio (Funai) apreciasse e publicasse o Relatório Circunstanciado de Identificação e Delimitação da Terra Indígena Sawré Muybu. O relatório está pronto desde 2013 e é etapa fundamental do processo de demarcação.

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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