Atingidos do Paraná ocupam nesse momento a BR 163
Cerca de 300 manifestantes bloqueiam desde a manhã de hoje, quarta-feira (3), a BR- 163, na divisa entre a cidade de Realeza e Capitão Leônidas Marques, no sudoeste do estado […]
Publicado 03/09/2014
Cerca de 300 manifestantes bloqueiam desde a manhã de hoje, quarta-feira (3), a BR- 163, na divisa entre a cidade de Realeza e Capitão Leônidas Marques, no sudoeste do estado do Paraná.
(Foto: Priscila Luparelli/ RPCTV)
A principal reivindicação diz respeito a abertura das comportas da Usina Hidrelétrica de Salto Caxias em junho deste ano. Segundo moradores atingidos, a Companhia Paranaense de Energia (COPEL) ainda não indenizou e nem reassentou as famílias da região.
Cerca de 300 famílias já foram cadastradas pela Defesa Civil, mas ainda não tiveram seus direitos atendidos.
Em julho de 2014, lideranças e famílias atingidas, ligadas ao MAB, à ASSESOAR e ao SINTRAF Capanema PR, juntamente com o Pároco de Nova Prata do Iguaçu e o Bispo da Diocese de Francisco Beltrão, Dom José Peruso, reuniram-se com representantes da COPEL, da Secretaria de Assuntos Fundiários, da COHAPAR e da Defesa Civil do Estado do Paraná, na cidade de Curitiba, para tratar sobre a situação das famílias atingidas pela enchente no Rio Iguaçu, causada pela abertura das comportas da UHE.
Também foi realizada uma Audiência pública, na qual a COPEL prometeu tomar medidas de ressarcimento as famílias atingidas.No entanto, desde essa data pouca coisa foi feita e as famílias ainda encontram-se em situação de abandono.
Em primeiro lugar, gostaria de falar sobre Direitos Humanos. Nós ficamos por mais de dois dias totalmente isolados pela água, sem água potável, sem luz, sem telefone. Não apareceu ninguém nem pra ver se estávamos vivos ou mortos. Não se preocuparam nem em fazer nosso velório. Foi muito triste dormir e acordar sem nada, sem ter pra onde ir. Não é o dinheiro que vai resolver o problema. Precisamos retirar esse povo da área de risco,afirma Seu Waldomiro, morador de Realeza.
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Devido ao aumento do nível do Rio Iguaçu provocado pelas chuvas, a usina decidiu abrir todas as 14 comportas na noite de domingo, 8 de junho, alagando áreas dos municípios de Capanema, Nova Prata, Realeza, e as cidades da região do Baixo Iguaçu.
O sistema de monitoramento hidrológico do Rio Iguaçu, operado pela COPEL (Companhia Paranaense de Energia) registrou no início da tarde de domingo uma vazão de mais de 29.000 metros cúbicos por segundo e um aumento de 12 metros na altura do rio.
Mesmo assim, a assessoria de imprensa da companhia informou que não houve tempo de avisar as famílias e comunidades da região.