MAB apresenta pauta para presidente do BNDES
O presidente do banco identificou uma convergência de propósitos nas reivindicações do MAB, em especial com o foco da inclusão produtiva dos atingidos e se comprometeu a estudar linhas de […]
Publicado 09/04/2014
O presidente do banco identificou uma convergência de propósitos nas reivindicações do MAB, em especial com o foco da inclusão produtiva dos atingidos e se comprometeu a estudar linhas de investimento que se enquadrem. Uma alternativa de produtividade sustentável é algo que nos interessa, afirmou Coutinho.
Como resultado da jornada de lutas dos atingidos por barragens, membros da coordenação nacional do MAB foram recebidos pelo presidente do BNDES, Luciano Coutinho, diretores e secretários, na tarde desta segunda-feira (7) na sede do banco no Rio de Janeiro.
Na reunião, o movimento apresentou suas reivindicações ao banco expondo a análise realizada do golpe do sistema elétrico e exigindo a criação de uma política nacional de direitos dos atingidos por barragens e o fundo social que a viabilizaria.
O BNDES, além de principal financiador das obras de barragens no Brasil, também é acionista de muitas delas, funcionando como um banco-empresa. Por isso, cobramos que tenha compromisso com as regiões atingidas, em especial na reestruturação das atividades produtivas dos trabalhadores, que as empresas construtoras das barragens desestruturam, afirmou Gilberto Cervinski, da coordenação nacional do MAB.
Nos últimos dez anos, o BNDES financiou 148 hidrelétricas, somando mais de R$ 60 bilhões. Só a quantia emprestada para a barragem de Belo Monte soma R$ 23 bilhões e é o maior volume emprestado para uma única obra na história do banco.
O MAB demandou do banco apoio à criação da política nacional de direitos dos atingidos por barragens (PNAB), uma demanda que o Movimento tem cobrado do governo federal, e também à criação de um fundo público para o pagamento da dívida histórica que o Estado brasileiro possui com os atingidos por barragens. Percebo como fundamental [essa política]. Estamos à disposição para ajudar a pensar possibilidades para esse fundo, afirmou Guilherme Lacerda, diretor de infraestrutura e da área social, também presente na reunião.
O presidente do banco identificou uma convergência de propósitos nas reivindicações do MAB, em especial com o foco da inclusão produtiva dos atingidos e se comprometeu a estudar linhas de investimento que se enquadrem. Uma alternativa de produtividade sustentável é algo que nos interessa, afirmou Coutinho.
Ele lembrou que há um subcrédito específico para as empresas aplicarem no socioambiental, mas reconheceu que há problemas na utilização desse recurso pelas empresas e propôs a construção de um canal de diálogo com o MAB para avaliar isso. As empresas utilizam esse recurso de maneira muito pontual e que não contribui para a autossustentação dos atingidos, criticou Joceli Andrioli, do MAB. As empresas fazem dos atingidos mais um negócio, completou.
O MAB também cobrou do banco apoio para a implantação de 5000 PAIS (Produção Agroecológica Integrada e Sustentável) nas áreas atingidas por barragens. O Movimento já tem a experiência de implantação de mais de 700 unidades dessas hortas em todo o Brasil e tem o objetivo de construir mais. Além disso, propôs construir parcerias nas regiões atingidas para elaborar planos de desenvolvimento que contemplem as necessidades dos atingidos.