Ato denuncia preço e qualidade da luz no Rio Grande do Sul

Possíveis aumentos nas contas de luz, perdas na produção por frenquentes quedas de energia e péssimo atendimentos são as principais denúncias do ato unificado no norte do Rio Grande do […]

Possíveis aumentos nas contas de luz, perdas na produção por frenquentes quedas de energia e péssimo atendimentos são as principais denúncias do ato unificado no norte do Rio Grande do Sul

Nesta quinta feira (13) no município de Erechim, no Rio Grande do Sul, cerca de 200 pessoas, organizadas através de movimentos populares do campo e da cidade, promoveram um ato chamando a atenção da sociedade e autoridades públicas para a péssima qualidade dos serviços prestados pela Rio Grande Energia (RGE).

O ato teve início com uma caminhada pela BR 153, em direção ao trevo principal de acesso à Erechim, onde os manifestantes distribuíram panfletos aos motoristas que trafegavam pela rodovia. No período da tarde, a marcha seguiu até o escritório regional da RGE, onde aconteceu uma assembléia pública. Na ocasião, houve a entrega de uma carta à empresa exigindo que a distribuidora de energia tome providências urgentes para resolver os problemas que estão ocorrendo nas comunidades do interior e bairros.

Os manifestantes reclamam das constantes quedas de energia, que tem causado sérios prejuízos a muitas famílias e comunidades, como a morte de frangos, perca de leite, queima de equipamentos, entre outros, trazendo sérios prejuízos a renda da família e a economia regional.

Além da precária estrutura das redes elétricas e a falta de manutenção, o atraso do atendimento pela companhia, quando solicitada, tem levado mais de um dia, e em alguns casos se estendendo por semanas. Houve ocorrências de quedas de postes, que colocam a vida de pessoas e animais em risco.

O agricultor familiar Auri Bugs, do interior de Aratiba, não esconde a indignação. “Não aguentamos mais pagar caro e não termos energia, sermos mal atendidos e termos que jogar alimentos fora pela falta de energia. Queremos uma solução imediata da RGE e até uma interferência dos governos. E isso ocorre apesar de morarmos moramos debaixo das usinas”, relatou.

Entre as várias exigências estão: melhoria na infraestrutura das redes elétricas, energia de qualidade, redução da tarifa e abertura dos escritórios municipais, fechados após a privatização.

As organizações também denunciam que as empresas do setor elétrico estão pretendendo para este ano um aumento entre 18% a 31% na tarifa da energia. Segundo as entidades, a não renovação das concessões por algumas empresas privadas e as estatais de São Paulo, Paraná e Minhas Gerais, tem “jogado” a energia no chamado “mercado de curto prazo”, sendo comercializada a absurdos R$ 822,00 o MW, valor 25 vezes acima do preço comercializado pelas usinas controladas pela Eletrobrás.

Algumas cidades no interior de São Paulo já sofreram um aumento de 30% da tarifa. “A população não pode admitir pagar uma tarifa alta, sendo que a principal distribuidora de energia da região do Alto Uruguai vem lucrando centenas de milhões anuais”, reclama Fabio Adamczuck, do sindicado dos Metalúrgicos.

O ato foi promovido pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Sutraf Alto Uruguai, Sindicato dos Metalúrgicos de Erechim, Movimento Popular Urbano e algumas prefeituras da região.

Nesta sexta-feira (14), Dia Internacional de Luta contra as Barragens, as entidades pretendem entregar ao governador do estado, Tarso Genro, que estará em Erechim e região, uma carta denunciando e exigindo soluções para os problemas apontados. 

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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