Norte Energia continua enrolando pescadores do Xingu
Na manhã de segunda-feira (5), centenas de pescadores oriundos das cidades de Gurupá, Porto de Moz, Souzel, Vitória do Xingu e Altamira, juntamente com oleiros reuniram-se numa audiência com a […]
Publicado 07/08/2013
Na manhã de segunda-feira (5), centenas de pescadores oriundos das cidades de Gurupá, Porto de Moz, Souzel, Vitória do Xingu e Altamira, juntamente com oleiros reuniram-se numa audiência com a Norte Energia, dona da barragem de Belo Monte, representantes do ministério da pesca e da Casa de Governo.
A audiência é fruto da mobilização do dia 17 de julho, quando pescadores e oleiro fecharam a Transamazônica e a entrada do canteiro de obras da barragem.
O objetivo da audiência, era tratar dos impactos que essas categorias estão sofrendo com suas atividades após o inicio das obras de Belo Monte, e posteriormente uma solução por parte do consórcio dono da barragem.
Os quase 1500 pescadores ali presentes, queriam da Norte Energia, dentre os vários pontos de reivindicação, a construção de um porto de embarque e desembarque de pescado-equipado com câmara fria e outras ferramentas pertinentes a atividade, além de compensação financeira por tempo de perda da atividade financeira.
Das demandas apresentadas, a única resposta imediata foi a questão do porto, que será construído em Altamira.
Já a compensação por tempo de perca da atividade pesqueira ficou pra ser discutida hoje, entre os presidentes das colônias e seus advogados e os advogados e representantes da Norte Energia.
Outro encaminhamento também, foi a realização de reuniões em cada um dos municípios ali representados, para tratar de assuntos referentes aos pescadores, segundo a especificidade de cada região.
O Presidente da Colonia de Vitória do Xingu, Diácono, em sua fala inicial discorreu sobre os problemas enfrentados pela categoria. Falou que desde que iniciou os trabalhos nos canteiros que os pescadores não pegam mais uma espécie chamada Piraíba. Segundo Diácono, pescava-se de 60 a 70 piraíbas por lua, agora não se pega mais nenhum, e exigia da Norte Energia uma explicação de onde foram parar essa espécie.
“O fato é que a Norte Energia já sabia da pauta antecipadamente, no entanto não se preocupou em apresentar uma solução aos pescadores. Homens e mulheres que se deslocaram de muito longe, tendo que enfrentar o rio e depois a estrada até chegar em Altamira, pra voltar se uma definição de suas vidas, uma vez que a Norte Energia só conseguiu de forma concreta marcar mais reuniões”, afirmou Fabiano Vitoriano, militante do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).