Atingidos pelo Complexo Binacional Garabi mobilizam-se no 14 de Março
Os atingidos e ameaçados pelo complexo binacional de Garabi e Panambi estarão organizando dois atos públicos em defesa dos direitos em 14 de março, dia internacional na luta contra as […]
Publicado 01/03/2013
Os atingidos e ameaçados pelo complexo binacional de Garabi e Panambi estarão organizando dois atos públicos em defesa dos direitos em 14 de março, dia internacional na luta contra as barragens. As atividades ocorrerão nos municípios de Porto Mauá, Rio Grande do Sul, e Posadas, província argentina de Misiones.
O objetivo das mobilizações é cobrar dos governos, brasileiro e argentino, esclarecimento sobre a construção das barragens de Garabi e Panambi, localizadas nos municípios de Garruchos e Alecrim respectivamente, que estão planejadas para o trecho internacional do rio Uruguai. Além de fortalecer a luta pela criação de uma Política de Direitos das Populações Atingidas por Barragens.
De acordo com Lony Del Ricardi, moradora de Porto Mauá, as famílias que vivem à beira do rio apontam que a falta de informação é um dos principais problemas em relação à obra. Se sair a barragem, parte da nossa cidade será alagada e nem sabemos que condições e políticas de tratamento iremos ter daqui pra frente, aponta Lony.
Neudicléia de Oliveira, da coordenação do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Rio Grande do Sul, também aponta a dificuldade das populações ribeirinhas receber informações. O ato público do dia 14 reunirá atingidos de toda região e da Argentina e nesse dia buscaremos socializar as informações e nos somar às demais mobilizações que irão acontecer em outras regiões por ocasião do Dia internacional de luta contra as barragens, afirma Neudicléia.
Segundo informações disponibilizadas no site da Eletrobrás, em dezembro do ano passado foram assinados, em Buenos Aires, os contratos para os estudos e projetos de engenharia, para os estudos ambientais e para o plano de comunicação social dos Aproveitamentos Hidrelétricos Garabi e Panambi. A expectativa das empresas é que eles se iniciem no primeiro trimestre de 2013.
Quando concluídas, as obras podem gerar uma potência de 2.200 MW, alagando uma área de 96.960 hectares. A estimativa é de que 12.600 pessoas sejam atingidas pelas obras.