UFRJ e MAB realizam terceira turma de formação em energia
Começou ontem (19) a terceira turma do curso Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo, uma parceria entre o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do […]
Publicado 21/02/2013
Começou ontem (19) a terceira turma do curso Energia e Sociedade no Capitalismo Contemporâneo, uma parceria entre o Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano e Regional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IPPUR-UFRJ) e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Participam do curso 80 militantes de movimentos sociais do Brasil e da América Latina, e de entidades sindicais ligadas ao setor energético. Mudar o caráter elitista da universidade é um moinho de vento a ser enfrentado. O acesso mais justo e universal à universidade e à democratização do ensino são passos importantes para a mudança da sociedade. A presença dos movimentos na universidade é motivo de orgulho para a UFRJ, afirmou o pró-reitor de Extensão da UFRJ, Pablo Benetti. As aulas acontecem no prédio da reitoria da UFRJ, na cidade universitária.
O curso compreende um processo contínuo de dois anos de formação, no regime de alternância, no qual os estudantes são desafiados a refletir sobre os temas do curso também no período em que estão fora da universidade (no chamado tempo comunidade). Este é um espaço político importante, fundamental para a construção do conhecimento, em especial neste momento em que a questão da energia é central na conjuntura, afirmou Rogério Hohn, da coordenação nacional do MAB.
Participam do curso também estudantes da Argentina, Colômbia, Guatemala, Honduras, Peru, El Salvador e México. A separação feita pelas fronteiras não significa que somos diferentes. Problemas com educação, soberania alimentar e recursos naturais são comuns em nossos países, disse José Roberto Peres, da Funprocoop (Fundação Promotora de Cooperativas) de El Salvador, um dos educandos do curso.
João Moraes, presidente da Federação Única dos Petroleiros (FUP), também esteve presente à mesa de abertura do curso para destacar a importância da aliança entre os trabalhadores do campo e da cidade na discussão e formulação de um novo projeto para a energia. É necessário: unidade, mobilização e luta. Trabalhadores dos diversos sindicatos ligados à energia participam do curso, na perspectiva de fortalecimento da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia.
Os estudantes estão alojados no prédio da faculdade de Educação Física, que costuma abrir suas portas para atividades do tipo. A Faculdade de Educação Física tem honra em acolher um grupo que preza pelo bem publico e que tem se tornado referência para outros movimentos sociais, afirmou o diretor da unidade, Leandro Nogueira.
Quem detém o saber detém o poder. Hoje um pequeno grupo detém o monopólio do saber, o que aprofunda a exploração dos oprimidos. A universidade tem um papel fundamental no monopólio do saber, afirmou Carlos Vainer, professor do IPPUR coordenador do curso pela universidade. A parceria com o IPPUR se dá através da Assessoria Técnica e Educacional Meio Ambiente e Barragens do Laboratório Estado, Trabalho, Território e Natureza ATEMAB/ETTERN/IPPUR/UFRJ.
Na abertura do curso, os participantes prestaram homenagem ao ex-reitor da UFRJ, Aloísio Teixeira, falecido no ano passado. “Aloísio foi fundamental para que fosse possível a realização do curso. Também foi professor da turma e segue sendo um exemplo para todos nós de dedicação e compromisso com a luta social”, afirmou Cristiane Nadeletti, do setor de educação do MAB.