“Não há nada mais radical que uma mulher possa fazer do que lutar contra aquilo que a oprime”

Plenária do terceiro dia do I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas discute a luta feminista e produção de alimentos saudáveis A manha do terceiro dia do encontro foi […]

Plenária do terceiro dia do I Encontro Nacional do Movimento de Mulheres Camponesas discute a luta feminista e produção de alimentos saudáveis

A manha do terceiro dia do encontro foi fortemente marcada pela plenária que trouxe presente a importância e a afirmação do movimento feminista na produção de alimentos saudáveis. Em suas falas, Nalu Farias, da Marcha Mundial das Mulheres, Silvia Camurça, da Articulação de Mulheres Brasileiras, Maria Emília, do Consea, e Adriana Mezadri, do Movimento de Mulheres Camponesas, falaram sobre a trajetória do feminismo no Brasil e como ele se manifesta hoje nas lutas dos Movimentos de Mulheres no campo e na cidade.

Em sua fala, Nalu Farias apontou o patriarcado, vinculado a outras formas de opressão capitalista, como o modelo que destrói a natureza, se tornado assim essencial para o capitalismo.

Afirma ainda que o feminismo não propõe guerra entre os sexos e sim a construção de novas relações sociais de trabalho, economia e de valores. Traz o feminismo como uma teoria que se constituiu como tal ancorada nas lutas sociais, como a luta pelo voto feminino e a luta contra o agronegócio.

Para a representante da AMB, Silvia Camurça, o Movimento de Mulheres Camponesas enriquece o feminismo da América Latina, pois além de travar lutas contra o patriarcado, afirma a importância do trabalho da mulher na produção de alimentos saudáveis. Ressalta também que o patriarcado se sustenta em quatro pilares: controle do corpo da mulher, violência, impossibilidade de participação politica e na divisão sexual do trabalho. Por isso a necessidade do enfrentamento conjunto ao patriarcado.

Maria Emília, representante do CONSEA, saudou as mulheres vindas dos diferentes biomas do Brasil e afirmou que essa representação forma a identidade da mulher camponesa. Disse também que as mulheres são responsáveis pela produção diversificada e essa é o verdadeiro sentido de Soberania, pois o monocultivo coloca a soberania alimentar em risco.

Adriana Mezadri, do MMC, destacou que o primeiro grande desafio enfrentado pelas mulheres camponesas foi sair de casa para construir um processo de luta pelo reconhecimentos de seus direitos, como foi o caso da luta pela aposentadoria e salário maternidade. E hoje continuam na luta na construção de um projeto de agricultura camponesa e pelo fim da violência contra mulher. 

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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