Complexo binacional deixa 13 mil atingidos sem informação
O projeto de construção das usinas hidrelétricas binacionais Garabi e Panambi, na fronteira entre Brasil e Argentina, não vem sendo debatido com os moradores atingidos pela obra. O complexo hidrelétrico […]
Publicado 12/11/2012
O projeto de construção das usinas hidrelétricas binacionais Garabi e Panambi, na fronteira entre Brasil e Argentina, não vem sendo debatido com os moradores atingidos pela obra. O complexo hidrelétrico afeta o estado do Rio Grande do Sul e as províncias argentinas de Misiones e Corrientes. A denúncia é feita pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB).
Segundo a coordenadora do MAB, Neudicléia de Oliveira, os estudos para a construção das usinas estimam que a obra deve atingir quase 13 mil pessoas tanto da área urbana como rural. Ela ainda afirma que a população não tem recebido informações concretas sobre o empreendimento.
Eles têm a notícia que a barragem vai sair, porque os meios de comunicação estão propagandeando isso. Estão acontecendo as negociações, mas os principais interessados e afetados diretamente e indiretamente pelo empreendimento não têm essas informações.
Neudicléia também relaciona a dificuldade do acesso às informações ao fato de ser uma obra binacional, já que a maioria das negociações está acontecendo em Buenos Aires (Argentina).
A coordenadora ressalta que o histórico na região com construções de barragens tem sido de violações aos direitos das comunidades atingidas. Por isso, ela destaca as proporções do atual empreendimento.
As sete usinas hidrelétricas já construídas na bacia do rio Uruguai atingiram cerca de 80 mil hectares e somente duas hidrelétricas vão atingir 100 mil hectares. Então, essa obra é muito grande vai atingir muitas pessoas e do ponto de vista de desestruturação de comunidade e desestruturação das regiões muito grande.
A construção do complexo hidrelétrico é estimada em US$ 5,2 bilhões, e terá capacidade de produzir até 2,2 mil megawatts.
De São Paulo, da Radioagência NP, Daniele Silveira.