Guerra no Xingu
Todos os dias, pontual como o amanhecer Ouço os estrondos das bombas lançadas no rio Xingu Tranquilo, inerme, desarmado… As águas se agitam, ficam furiosas Parece uma tempestade – um […]
Publicado 05/10/2012
Todos os dias, pontual como o amanhecer
Ouço os estrondos das bombas lançadas no rio Xingu
Tranquilo, inerme, desarmado…
As águas se agitam, ficam furiosas
Parece uma tempestade – um banzeiro provocado
Pela violência humana a destruir
A sua vida guardada desde a Criação
Com os povos indígenas da região
…..até ao fim do dia, quando, mais uma vez
a bomba estronda
na barragem de Belo Monte:
a natureza fica mortalmente ferida,
o povo fica estarrecido
na espera de mais uma violência a subir,
sem defesa, até o dia mortal
quando a Amazônia acabar….
Todo mundo sabe desta tragédia anunciada:
só os políticos não querem falar
por medo de perder votos
na próxima eleição
com hipocrisia e corrupção a ganhar
E guerra no Xingu vivo
Moribundo pela ganância humana
em nome do progresso sem fim
pelo poder truculento do governo
que sabe tudo
mas não faz nada para a paz acontecer
na pátria amada
em berços esplendidos deitada.
Acordem povos indígenas, pescadores, ribeirinhos!
Povo consciente:
Repudiemos tamanha violência consumada;
Não deixemos as bombas estourar:
A guerra deve acabar
Antes que a Amazônia acabe morta
Num deserto sem vida a sangrar…