Consórcio se recusa a garantir novas moradias para atingidos pela UHE Santo Antônio

Após fazer um protesto em frente à Santo Antônio Energia, em Porto Velho, os atingidos pela barragem de Santo Antônio do bairro Triângulo foram recebidos pela empresa para negociação. No […]

Após fazer um protesto em frente à Santo Antônio Energia, em Porto Velho, os atingidos pela barragem de Santo Antônio do bairro Triângulo foram recebidos pela empresa para negociação. No entanto, ela se recusou a atender a pauta das famílias, que perderam suas moradias depois da barragem causar desbarrancamento na margem do rio Madeira.

As famílias exigiam: reconhecimento das 118 famílias afetadas como público “atingido direto à jusante”, negociação coletiva para reparação dos danos e indenização para os atingidos. Já se passam mais de seis meses que a barragem causou deslizamentos nos taludes marginais do rio Madeira, atingindo as famílias do Triângulo e as obrigando a viver até hoje em hotéis e pousadas de Porto Velho, sem ter uma resposta definitiva para seu problema.

Durante reunião de negociação, a empresa deixou claro que não quer discutir novas moradias e não deu o direito de escolha para as famílias atingidas, impondo a proposta de indenização. “Devemos trabalhar no sentido de construir uma proposta com base na indenização. A construção de novas moradias está descartada” disse Ivan, diretor fundiário da Santo Antônio Energia.

O consórcio Santo Antônio Energia alega que, com ação judicial promovida pelos advogados, é impedido de negociar diretamente com as famílias, gerando um impasse. Nem todas as famílias são reconhecidas como atingidas pelo consórcio.

Para o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a posição da empresa na  audiência é a negação do direito à moradia. “Continuaremos pautando a necessidade de negociação direta com as famílias, reafirmando a pauta já apresentada e exigindo os direitos negados”, afirma Océlio Muniz, do MAB.

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| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

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