MAB apoia greve dos trabalhadores do setor frigorífico

Movimento dos Atingidos por Barragens presta solidariedade aos trabalhadores da empresa Aurora que estão em greve em Erechim (RS)

O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) manifesta seu apoio e solidariedade aos setecentos trabalhadores do setor frigorífico de carnes da empresa Aurora Alimentos em Erechim (RS) que estão em greve desde o último dia 20 de junho. Os trabalhadores e as trabalhadoras reivindicam reajuste salarial de 10% e melhores condições de trabalho.

Devido à jornada de trabalho massacrante a que estão submetidos, os trabalhadores exigem a execução de pausas durante a jornada, para evitar que sua saúde seja prejudicada principalmente por LER (lesões por esforço repetitivo) e DORT (Distúrbios Osteo-Musculares) relacionados ao trabalho. Outro fator a que estão submetidos é a depressão, um agravante dos problemas de saúde e uma das maiores causas de afastamento de trabalhadores por auxílio-doença.

De acordo com a presidente do Sindicato, mais de 20% dos trabalhadores da empresa estão afastados por algum tipo de lesão. “Nós queremos 10 minutos de pausa para evitar a dor muscular e a fadiga a cada 50 minutos de trabalho e exigimos também que o médico da empresa aceite os atestados de outros médicos”, destaca.

A Cooperativa Central Aurora de Alimentos é um dos maiores conglomerados industriais do Brasil, com mais de 15 mil funcionários e uma receita operacional em 2010 de 3,1 bilhões de reais.  Nestes frigoríficos, grande parte dos que trabalham são homens e mulheres que vieram ou permanecem morando no campo, estabelendo uma relação muito direta entre a produção da agrícola e sua transformação industrial.

O MAB acredita que a greve é um direito e a forma para os trabalhadores denunciarem a precariedade do trabalho, pois é com o trabalho dos trabalhadores que a empresa cresce e lucra.

Para nós é muito importante que possamos nos somar quando trabalhadores de outras categorias estão mobilizados para garantir seus direitos. Acreditamos que só a unidade entre trabalhadores operários e trabalhadores da agricultura, fazendo na prática a aliança operária e camponesa, torna possível melhorar as condições de vida de toda a classe trabalhadora, que produz as riquezas do país.