Atingidos por Garibaldi ocupam acesso à obra e avançam nas negociações com a empresa
Cerca de 700 pessoas ligadas ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), ocuparam na tarde de ontem (23), a estrada que dá acesso ao canteiro de obras da UHE Garibaldi […]
Publicado 25/03/2012
Cerca de 700 pessoas ligadas ao Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), ocuparam na tarde de ontem (23), a estrada que dá acesso ao canteiro de obras da UHE Garibaldi em Abdon Batista, Santa Catarina, onde permaneceram até final do dia. O objetivo da mobilização era pressionar a Triunfo empresa construtora da barragem a reconhecer os direitos dos atingidos pela obra. Dentre as reivindicações está um acordo que assegure o direito de reassentamento aos agricultores atingidos, garantindo que os mesmos continuem produzindo alimentos e trabalhando na agricultura.
De acordo com o agricultor Jessei Eloi Vezaro, morador da comunidade São Paulinho, município de Abdon Batista, “enquanto estamos mobilizados próximo do portão da barragem um grupo de atingidos foi negociar a pauta de reivindicação no Ministério Público Estadual em Lages, junto com representantes do Governo Federal, com o bispo da diocese Dom Irineu e outras entidades que estão apoiando nossa luta”. Alguns operários da obra foram liberados do trabalho e um grupo da policia militar e da cavalaria foram deslocados para o local.
Depois de desocuparem o acesso do canteiro de obras, os integrantes do movimento retornaram ao acampamento, onde realizaram uma assembléia para socializar os avanços da reunião de negociação. Denilso Ribeiro, da coordenação do MAB, relatou que a reunião foi tensa, porém com a organização dos atingidos conseguiram garantir avanços na pauta. A empresa construtora responsabilizou-se de iniciar o processo de compra de terras destinada aos reassentamentos das famílias nos próximos dias, até ontem a empresa estava negando qualquer hipótese de indenização. Com a vigília em frente ao canteiro, conseguimos garantir alguns direitos, mas a mobilização dos atingidos não irá parar por aqui, conclui.
Os atingidos ocuparam a obra na madrugada do dia 13 de março, depois de um pedido de interdito proibitório saíram e montaram acampamento na comunidade Nossa Senhora das Graças nas proximidades do canteiro de obras, onde permanecem até hoje. O acampamento do MAB já recebeu a visita do bispo da diocese de Lages, Dom Irineu, da Comissão dos Direitos Humanos da Assembléia Lesgilativa, prefeitos, entidades, igrejas e da população.