Trabalhadores de Jirau se revoltam novamente
A paralisação atinge todos os funcionários da hidrelétrica. Há notícias de incêndios dentro do canteiro de obras. Revoltados com as condições de trabalho, os trabalhadores da usina hidrelétrica de Jirau, […]
Publicado 14/03/2012
A paralisação atinge todos os funcionários da hidrelétrica. Há notícias de incêndios dentro do canteiro de obras.
Revoltados com as condições de trabalho, os trabalhadores da usina hidrelétrica de Jirau, no rio Madeira (RO), estão novamente mobilizados nesta quarta-feira (14). Há informações que houve novos incêndios dentro do canteiro de obras. Na quinta-feira passada (8), os operários já haviam paralisado as obras por melhores salários e condições dignas de trabalho.
Após aquele incidente, foi tentado um acordo com o consórcio Energia Sustentável do Brasil S.A, responsável pela barragem e formado pelas empresas GDF Suez (50,1%), Eletrosul (20%), Chesf (20%) e Camargo Correia Investimento em Infraestrutura (9,9%). Os operários não aceitaram voltar ao trabalho sem ter atendidas as reivindicações e, diante da pressão, se revoltaram. A paralisação atinge todos os 20 mil operários da usina.
Essa não é a primeira vez que as péssimas condições de trabalho na usina causam esse tipo de reação. Em março de 2011, os trabalhadores também paralisaram as obras da usina. Também houve incêndios nos alojamentos dos operários e a empresa acionou as forças de repressão.
Em contato com o governo federal, o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), solicitou que a situação seja acompanhada de perto pela Secretaria Geral da Presidência da República. Para o MAB, o diálogo e o atendimento às revindicações dos trabalhadores é a melhor maneira para solucionar esse tipo de conflito. O Movimento também manifestou que é totalmente contra a interferência policial ou repressiva contra os trabalhadores.
Nesta semana, o MAB está em jornada nacional pois na data de hoje, 14 de março, se comemora o Dia internacional de lutas contra as barragens. Um dos eixos principais da jornada é a luta contra a privatização no setor elétrico, que, no entender do MAB, intensifica problemas como o ocorrido em Jirau ao aumentar a exploração sobre os trabalhadores e a precarização do trabalho.