Acampamento do MAB e do MST completa um mês em Santa Catarina
O acampamento conjunto do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Cerro Negro (SC) completou um mês de resistência na quarta-feira […]
Publicado 08/07/2011
O acampamento conjunto do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) e do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) em Cerro Negro (SC) completou um mês de resistência na quarta-feira dessa semana (6). O objetivo é garantir os direitos das famílias que há anos estão esperando receber um pedaço de terra para produzirem e sobreviver. Os atingidos pela barragem de Garibaldi também estão acampados, pois correm o risco de ficarem sem terra e não receberem nenhuma indenização.
O acampamento reúne por volta de 300 famílias dos dois movimentos. As famílias do MAB estão organizadas em sistema rodízio, se alternando a cada 15 dias. Já as do MST, permanecem fixas no local. A fazenda pertence a Rogério César Martins de Oliveira e, mesmo não preenchendo os requisitos para desapropriação, é utilizada como ponto estratégico para articular a luta pela terra na região.
O principal objetivo do MAB é garantir os direitos das famílias atingidas pela construção da usina de Garibaldi, que podem chegar a 1000. Dessas, centenas não estão sendo consideradas atingidas pela usina, ou seja, correm o risco de ficarem sem o direito ao reassentamento ou à indenização.
Na quinta-feira da próxima semana (14), os atingidos por Garibaldi levarão essa pauta a uma audiência com representantes do consórcio Rio Canoas Energia, construtor da usina.
O canteiro de obras da hidrelétrica é localizado no município vizinho de Abdon Batista e também foi ocupado pelos movimentos no início de junho. A decisão de desocupar a usina veio após audiência realizada em Anita Garibaldi, na qual os representantes do Rio Canoas Energia se comprometeram a marcar a reunião de negociação com os atingidos.
Após desocupar o canteiro da usina, os militantes que lá estavam se juntaram à ocupação da fazenda em Cerro Negro.
Já a pauta do MST diz respeito a famílias que estão cadastradas pelo Incra faz até seis anos, mas ainda não foram assentadas. O Incra alega que o processo está parado por falta de recursos.
Se a barragem de Garibaldi for construída, ela vai atingir os municípios de Cerro Negro, Campo Belo do Sul, Abdon Batista, Vargem e São José do Cerrito, alagando 1.864 hectares de terra fértil e expulsando aproximadamente mil famílias. A previsão é que a primeira turbina entre em operação no final de 2014.