Trem de minério da VALE atinge ônibus escolar e mata 3 em MG
Uma mulher de 36 anos, uma adolescente de 14 e um motorista morreram após um trem com sete locomotivas da MRS Logística, empresa de transporte de minério da VALE, atingir na […]
Publicado 24/06/2011
Uma mulher de 36 anos, uma adolescente de 14 e um motorista morreram após um trem com sete locomotivas da MRS Logística, empresa de transporte de minério da VALE, atingir na quarta feira (22) um ônibus escolar que transportava 50 estudantes na cidade de Entre Rios de Minas na região do Alto Paraopeba em Minas Gerais. Vinte pessoas ficaram feridas.
Dois helicópteros do Corpo dos Bombeiros e um da Polícia Civil foram para o local socorrer as vítimas em estado grave. Foram socorridos um adolescente de 16 anos, duas garotas de 10 anos e um jovem de 13 anos. Eles foram levados para o pronto-socorro João XXIII em Belo Horizonte.
O trem atingiu o ônibus no momento em que ele passava pela linha férrea, por volta das 6h45 da manhã. Em nota, a prefeitura de Entre Rios de Minas disse que o acidente aconteceu na Comunidade Rural Brumadinho. Os estudantes que estavam no coletivo são da escola municipal Dr. José Gonçalves da Cunha e da escola estadual Geraldo Baeta.
O acidente evidencia a falta de segurança e a irresponsabilidade da VALE, que obteve lucro de R$30 bilhões em 2010, e de outras grandes empresas diante dos impactos da expansão da mineração na região do Alto Paraopeba. Cerca de R$20 bilhões foram captados do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para expandir projetos de siderurgia e mineração nos municípios de Congonhas, São Brás do Suaçuí, Jeceaba e Entre Rios de Minas, que verão suas populações duplicar em menos de 15 anos.
Além dos graves impactos sociais e ambientais causados, a população e os trabalhadores vivem em permanente insegurança expostos a situações que poderiam ser evitadas com medidas elementares de segurança. No último sábado (18) duas pessoas morreram em um acidente na BR040, na altura do Bairro Pires em Congonhas, devido a falta de passarela e de sinalização para atravessar a pista. Uma linha férrea da MRS Logistica também atravessa o bairro onde uma mineração da Namisa, empresa da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), está em franca expansão.