Atingidos por Garibaldi desocupam canteiro de obras da usina
Os integrantes do MAB e do MST que ocupavam desde segunda-feira da semana passada (6) o canteiro de obras da hidrelétrica de Garibaldi, em Abdon Batista (SC), decidiram desocupá-lo […]
Publicado 13/06/2011
Os integrantes do MAB e do MST que ocupavam desde segunda-feira da semana passada (6) o canteiro de obras da hidrelétrica de Garibaldi, em Abdon Batista (SC), decidiram desocupá-lo nesse domingo (12). A decisão veio após audiência realizada na sexta-feira (10) no fórum da comarca de Anita Garibaldi, na qual os representantes jurídicos do consórcio Rio Canoas Energia, responsável pela usina, se comprometeram a marcar uma reunião de negociação com os atingidos pela obra.
A desocupação não significa que a luta acabou: os militantes se juntaram a outros companheiros dos movimentos, que ergueram acampamento em uma fazenda improdutiva na cidade vizinha de Cerro Negro. A terra, reivindicada para a reforma agrária, foi ocupada também no início da semana passada, devido à lentidão do Incra em assentar mais de 1000 famílias que já foram cadastradas na região.
Quanto à usina de Garibaldi, a reivindicação do MAB é por indenização justa e reassentamento, além do cadastro de mais de 700 famílias de quatro comunidades que não estão sendo consideradas como atingidas pela construtora. O consórcio deve marcar a reunião com o Movimento dentro dos próximos 15 dias.
Se a barragem de Garibaldi for construída, ela vai atingir os municípios de Cerro Negro, Campo Belo do Sul, Abdon Batista, Vargem e São José do Cerrito, alagando 1.864 hectares de terra fértil e expulsando aproximadamente mil famílias. O grupo Triunfo terá o direito de explorar a produção de energia pelo prazo de 30 anos. A previsão é que a primeira turbina entre em operação no final de 2014.