Sem terra voltam a acampar em frente a fazenda irregular no TO
Na madruga de 14 de maio, as famílias do MST e do MAB voltaram a acampar em frente à fazenda Dom Augusto, em Porto Nacional, no Tocantins. A fazenda, que […]
Publicado 16/05/2011
Na madruga de 14 de maio, as famílias do MST e do MAB voltaram a acampar em frente à fazenda Dom Augusto, em Porto Nacional, no Tocantins. A fazenda, que já havia sido ocupada pelos movimentos na madrugada do dia 21 de abril, está na Lista Suja do Trabalho Escravo.
Segundo uma liderança local, a desapropriação da fazenda para a reforma agrária se justifica por prática de trabalho escravo, crime ambiental e grilagem de terra.
A fazenda Dom Augusto, de propriedade de Alcides Rebeschini, foi incluída na lista em dezembro de 2006, devido à contratação de 100 lavradores para a colheita de feijão. Eles eram obrigados a enfrentar duras condições de trabalho, além de pagarem preços superfaturados por produtos alimentícios e objetos de uso pessoal vendidos no local.
O movimento destaca ainda que a fazenda tem 3.000 hectares, divididos pelo proprietário em quatro partes. Ele possui três títulos do Instituto de Terras do Estado de Tocantins (Intertins), que somam 1.200 hectares. De acordo com o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), restam na propriedade 1.800 hectares de terras publicas sem documentação.
Além disso, o proprietário da fazenda já foi multado devido ao desmatamento das matas ciliares e à implementação de projetos de irrigação sem licenciamento ambiental.
“Esta área é para nós de extrema importância e não abriremos mão dela por ser uma área publica, pela pratica de trabalho escravo, pelo crime ambiental e por ser uma área grilada”, afirma Antonio Marcos Nunes Bandeira, coordenador da Via Campesina.