MAB participa de reunião sobre o Complexo Garabi, no Rio Grande do Sul
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participou na última quinta-feira (12) de uma reunião para discutir a construção do Complexo Hidrelétrico Garabi, na cidade de Porto Mauá, Rio Grande […]
Publicado 13/05/2011
O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) participou na última quinta-feira (12) de uma reunião para discutir a construção do Complexo Hidrelétrico Garabi, na cidade de Porto Mauá, Rio Grande do Sul, fronteira do Brasil com a Argentina. A atividade reuniu cerca de 500 pessoas, entre brasileiros e argentinos, que serão afetadas pelo empreendimento.
A reunião foi organizada pelo Movimento pela Preservação da Vida (MPV), com apoio da Igreja Católica e Evangélica de Confissão Luterana no Brasil, com o objetivo de prestar informações e esclarecimentos à população da região, onde serão construídas as barragens de Garabi e Panambi, que integram o complexo. O local escolhido foi o pavilhão da Comunidade Católica, às margens do rio Uruguai, que será cortado pelas barragens.
Durante a atividade, os militantes do MAB relataram suas experiências em relação à construção de barragens, respondendo perguntas e esclarecendo a população sobre como os atingidos são tratados durante e depois das construções das obras.
Segundo dados do próprio governo, as barragens de Garabi e Panambi inundarão 96 mil hectares e a estimativa é de que atingirão 12.600 pessoas. Além de Porto Mauá – o município mais afetado – o empreendimento também atingirá Garruchos, São Nicolau, Porto Xavier, Pirapó, Roque Gonzáles, Tucunduva, Tuparandi, Novo Machado, Doutor Maurício Cardoso, Criciumal, Tiradentes do Sul, Esperança do Sul, Derrubadas e Alecrim, no Rio Grande do Sul. No lado argentino, a região mais afetada será a província de Missiones, principalmente a cidade de Alba Posse. O Governo Brasileiro (MME/Eletrobrás) e Argentino (EBISA) prevêem iniciar as obras em 2012, a um custo de oito bilhões de reais.
A bacia do rio Uruguai tem grande capacidade e potencial de geração hídrica, sendo considerada estratégica na geração de eletricidade. Por isso, se tornou um dos territórios brasileiros em disputa, que o capital internacional quer controlar. Ali já foram construídas sete grandes hidrelétricas que estão nas mãos de quatro transnacionais Alcoa (EUA), GDF Suez Tractebel (França), Votorantim e Camargo Correa (brasileiras): são as usinas de Passo Fundo, Itá, Machadinho, Barra Grande, Campos Novos, Monjolinho e Foz do Chapecó. Juntas, estas hidrelétricas geram por ano 3,2 bilhões de reais e, durante os 30 anos que detêm a concessão, vão gerar aos seus donos nada menos que 95 bilhões de reais.