Marcha dos atingidos chega à Estreito

Coordenadores avaliam positivamente e reunião com o consórcio é agendada para esta tarde A marcha com pelo menos mil atingidos pela barragem de Estreito chegou nesta quarta-feira, 01, à cidade […]

Coordenadores avaliam positivamente e reunião com o consórcio é agendada para esta tarde

A marcha com pelo menos mil atingidos pela barragem de Estreito chegou nesta quarta-feira, 01, à cidade de mesmo nome, no Maranhão. Os atingidos agora estão no acampamento próximo à entrada do canteiro de obras, que existe há cerca de um ano. Organizada pelo Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Comissão Pastoral da Terra (CPT), Movimento Sem Terra e outras organizações populares, a marcha partiu de Araguaina no dia 23 de agosto e percorreu cerca de 125 quilômetros.

Cirineu da Rocha, coordenador do MAB em Tocantins, faz uma avaliação positiva da marcha, pois, segundo ele, envolveu ribeirinhos, indígenas, pescadores, garimpeiros e várias outras categorias de trabalhadores atingidos pela obra. Além disso, houve a sensibilização da sociedade sobre os problemas da barragem. “Por onde passamos nesses 10 dias, conversamos com a população das cidades, tivemos apoio de muitas organizações, sindicatos e do ministério público. Foi um bom momento para denunciarmos as atrocidades que o Consórcio Ceste está cometendo contra os atingidos”, afirmou.

Cirineu explica que a pauta de reivindicações já foi entregue ao consórcio Ceste, formado pelas empresas Suez, Vale, Alcoa e Camargo Corrêa. Na tarde de hoje haverá uma reunião para discussão do detalhamento da pauta. Os manifestantes querem o cumprimento de propostas dos pescadores, o reconhecimento de meeiros, arrendatários e extrativistas, entre outras categorias, que foram cadastrados pelo Incra mas não recebem tratamento do consórcio, definição e cumprimento de acordos com os povos indígenas, negociação para resolver problemas estruturais nos reassentamentos, revisão das áreas consideradas de risco, com possíveis novas indenizações, reconhecimento e indenização de barqueiros e barraqueiros e reposição das áreas públicas alagadas (em especial a dos assentamentos) para assentar famílias carentes.

Os atingidos permanecerão no acampamento próximo ao canteiro de obras e guardam o resultado das negociações. Enquanto isso, participam de mutirões para coleta de assinaturas e votação para o plebiscito pelo limite da propriedade da terra, que acontece até o próximo dia 7 de setembro.

Conteúdos relacionados
| Publicado 21/12/2023 por Coletivo de Comunicação MAB PI

Desenvolvimento para quem? Piauí, um território atingido pela ganância do capital

Coletivo de comunicação Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) no Piauí, assina artigo sobre a implementação de grandes empreendimentos que visam somente o lucro no território nordestino brasileiro