Somos todos atingidos
Documento
Metadados
Título da Arpillera
Somos todos atingidos
Descrição
Esta arpillera foi confeccionada por mulheres atingidas do Pará. No fundo da peça, encontra-se um alinhavado em forma do mapa do estado, atravessado por um rio central. Esse rio simboliza os cursos d’água do Pará que foram represados pelas grandes hidrelétricas, como Tucuruí e Belo Monte, para atender aos interesses do capital. Ao redor das barragens, estão representadas as empresas que se beneficiam da energia produzida, utilizando a força dos rios como fonte de lucro, ao mesmo tempo em que provocam degradação ambiental e afetam diretamente a vida das comunidades locais.
A obra evidencia os impactos vividos tanto no campo quanto na cidade. Nas margens dos rios, comunidades ribeirinhas sofrem com a perda de seus territórios e, muitas vezes, enfrentam a contradição de não ter acesso à própria energia gerada. Já nas áreas urbanas, a população é obrigada a pagar altos valores pela eletricidade, arcando com tarifas desproporcionais em um sistema que não foi estruturado para atender às necessidades do povo, mas para sustentar a exploração empresarial.
No canto inferior esquerdo da peça, há a representação de uma mobilização popular: um grupo de manifestantes ergue um cartaz com a frase “O preço da luz é um roubo”. Essa cena reforça a ligação entre campo e cidade, mostrando que ambos sofrem, ainda que de formas distintas, os efeitos de um mesmo modelo de exploração — seja pelos impactos diretos das obras, seja pela forma desigual de distribuição da energia.
Assim, a arpillera se apresenta como uma denúncia da exploração histórica do Pará, revelando como suas riquezas naturais e humanas foram apropriadas pelo capital, deixando como consequência desigualdade social e profunda injustiça.
Data
março 1, 2017
Autoras
Mulheres Atingidas do Pará
Cartinha
Como plano de fundo temos bordado o mapa do Pará e no centro dele um rio, que representa os rios do estado que são barrados pelas hidrelétricas de Tucuruí e Belo Monte. Ao redor dessas barragens, representamos algumas empresas como a Vale, Hidro, Albras, Imerys e Celpa, que utilizam a energia produzida pelos rios para gerar lucro, enquanto matam nossos rios e a nossa gente.
Na Arpillera retratamos também a realidade de quem é atingido no campo e na cidade. As populações, que vivem nas beiradas dos rios, tem suas vidas violadas e muitas vezes não tem acesso à energia e a população das cidades pagam um preço caro pela energia. As hidrelétricas não estão a serviço da população, elas são construídas para produzir energia para as empresas que só saqueiam o estado do Pará e a população quando tem acesso à energia paga caro por ela. A baixo e no canto esquerdo, temos a população em manifestação segurando um cartaz que diz "O preço da luz é um roubo". Campo é cidade são atingidos seja pela construção seja pela distribuição de energia, por isso somos todos atingidos!
Fotógrafo/a
Clara Fernandes Oblack
Localização
Secretaria Nacional do MAB - SP
Dimensões
63x64cm
Bloco
Tecendo a Organização
Anexos
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