Essa luta é pela vida das mulheres
Documento
Metadados
Título da Arpillera
Essa luta é pela vida das mulheres
Descrição
Esta arpillera foi confeccionada pelas mulheres atingidas de Citrolândia, em Minas Gerais, e retrata a dura realidade vivida pelas populações impactadas pelos rompimentos das barragens de Mariana, em 2015, e de Brumadinho, em 2019. A peça revela, por meio de bordados e costuras, a dor coletiva, a destruição provocada pela lama e as marcas deixadas nas comunidades que perderam suas casas, meios de sustento e, em muitos casos, familiares.
O olhar das mulheres é colocado em evidência. Elas aparecem como figuras centrais da luta, não apenas porque assumem grande parte do cuidado com a família e da reconstrução cotidiana, mas também porque sofrem com a intensificação de violências físicas, psicológicas e simbólicas após os desastres. Os fios coloridos dão forma às montanhas, rios e casas, mas também denunciam a destruição da natureza, a contaminação da água e o peso da injustiça que se arrasta por anos sem reparação adequada.
A arpillera também faz uma denúncia contra a impunidade. Passados anos desde os crimes, as famílias seguem sem reparações integrais, enquanto as empresas responsáveis permanecem impunes, sem responder judicialmente pela destruição causada. A ausência de punição e a lentidão nos processos reforçam a sensação de abandono e de que a vida das comunidades vale menos do que os lucros do setor minerário.
Mais do que uma recordação, a arpillera se apresenta como um grito de resistência. As cores, texturas e imagens bordadas funcionam como denúncia contra a impunidade das empresas e como um chamado à memória coletiva, lembrando que vidas foram ceifadas e territórios devastados. Ao mesmo tempo, a peça reafirma a força e a persistência das mulheres, que, mesmo diante da dor, mantêm viva a luta por justiça, reparação e por um futuro em que a vida esteja acima do lucro.
Eixo - Tema
Data
dezembro 8, 2021
Autoras
Mulheres Atingidas de Citrolândia
Cartinha
Nossa Arpillera vem mostrando um pouco do que estamos vivendo como mulheres, mães, esposas e atingidos em geral. De uma dor imensurável de um rio que foi destruído pela ganância. Peixes mortos, peixes que eram forma de renda de tantas famílias, nosso solo, casa, nossas árvores, todos destruídos. E temos nossa mulher retratada em toda essa indignação e revolta, que além de tudo isso, ainda sofre todo tipo de abuso e agressão dentro de casa, tendo de ser o pilar de toda uma família destruída pela lama. Também retratamos o desequilíbrio na natureza com infestação de caramujos na comunidade. E por fim que vamos gritar que não vamos ficar caladas diante dessa situação.
Fotógrafo/a
Clara Fernandes Oblack
Localização
Secretaria Nacional do MAB - SP
Dimensões
70x63 cm
Bloco
Tecendo a Organização
Anexos
-
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