A destruição da comunidade por Belo Monte
Documento
Metadados
Título da Arpillera
A destruição da comunidade por Belo Monte
Descrição
Esta arpillera representa a perda dos vínculos comunitários das famílias atingidas por barragens, nesse caso, dos atingidos pela construção da hidrelétrica de Belo Monte no Pará.
Eixo - Tema
Acesso a direitos básicos/políticas públicas | Atuação política | Mundo do Trabalho | Relação com as empresas | Vínculos comunitários e familiares
Data
novembro 16, 2014
Autoras
Atingidas e atingidos do Pará
Cartinha
Antes da construção de Belo Monte, as famílias atingidas moravam na beira do rio, em áreas conhecidas como “baixões”, em casas de palafitas. Mesmo tendo uma infraestrutura precária as pessoas moraram por décadas nessas áreas sem terem que se preocuparem com títulos de casas, com recibos de aluguel, notas fiscais, ou mesmo com recibo de compra e venda da casa, documentos hoje exigidos pelo empreendedor de Belo Monte para comprovar se essas famílias têm o direito ao reassentamento. Além de terem que sair de suas casas por causa da barragem, a empresa tem oferecido às famílias indenizações com valores irrisório, R$ 10 mil, 12 mil,15 mil, 20 mil, valores com que hoje não se compra nem um terreno na cidade de Altamira por conta da especulação imobiliária. Muitas dessas famílias estão sendo obrigadas a receber esses valores, pois a empresa diz que elas têm um prazo de cinco dias para assinar, ou então, estão sujeitas a ficarem sem nada. Sem contar que antes as famílias moravam perto do centro, do mercado, das escolas, da igreja, hoje moram a quilômetros de distância do centro da cidade o que mudou totalmente a rotina em que viviam.
Hoje as famílias estão sendo realocadas para o loteamento coletivo com casas padronizadas, diferenciadas apenas pelas três opções de cores que a empresa disponibiliza. Outra questão é que as famílias perderam seus vínculos familiares e comunitários por décadas, pois não foi garantido o direito das famílias permanecerem com seus vizinhos. Um exemplo é o loteamento Jatobá, com capacidade de 1.100 casas, as pessoas não se conhecem pois foi feito um ajuntamento de todas as famílias atingidas e realocada pra lá, sendo que o critério utilizado para ocupar as casas era quem mudasse primeiro e não por ruas como as pessoas moravam antes.
Essa imagem representa o quadro de assistentes sociais da empresa Diagonal, contratada pela Norte Energia para fazer o processo social, cadastramento dos imóveis, revisão do cadastro, análise da pasta e negociação com as famílias. Muitas vezes esses funcionários têm coagido os atingidos a aceitarem o que a empresa está oferecendo, ou até mesmo aconselha as mulheres sobre a necessidade de convencer os maridos e que não precisa fazer briga com a empresa, que é melhor aceitar do que ficar sem nada. Outra questão tem sido a falta de respeito por parte dos funcionários aos atingidos que todo dia vão ao escritório da Diagonal em busca de informação de seu cadastro.
Após negociar com a família, sendo indenização em dinheiro ou a realocação da família para o loteamento coletivo, a empresa faz o desmanche da casa. O que tem acontecido com isso é o isolamento das famílias vizinhas que ficam na angústia do aguardo de serem chamadas pela empresa para negociar. Mas o mais grave é a insegurança, o aumento da violência e a falta de serviços públicos como água e energia para essas famílias que permanecem na área atingida.
Fotógrafo/a
Elisa Estronioli
Localização
Altamira/PA
Dimensões
62x40 cm
Bloco
Bordando os Direitos
Anexos
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