Após serem barrados em reunião, atingidos se manifestam contra autoritarismo da Samarco
Fotos: Leandro Taques No final da tarde de segunda-feira (14), moradores do distrito de Mascarenhas, no município de Baixo Guandu (ES), foram impedidos pela Samarco (Vale/BHP Billiton) de participar de […]
Publicado 15/12/2015
Fotos: Leandro Taques
No final da tarde de segunda-feira (14), moradores do distrito de Mascarenhas, no município de Baixo Guandu (ES), foram impedidos pela Samarco (Vale/BHP Billiton) de participar de uma reunião que estava programada para acontecer na comunidade.
Técnicos alegaram que, de acordo com normas da mineradora, era permitido somente a entrada de uma comissão. Entretanto, os próprios integrantes da comissão questionaram a participação da imprensa e do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), mas a empresa se manteve intransigente e recusou a realizar a reunião se os mesmos permanecessem na sala.
Indignados com o fato, os cidadãos permaneceram em vigília do lado de fora do portão da escola onde, com cadeados trancados, a Samarco estava reunida com algumas pessoas da comunidade. O prefeito, Neto Barros, foi avisado do ocorrido e deslocou-se até a comunidade para conversar com os manifestantes.
De acordo com o prefeito de Baixo Guandu, a Samarco tem tomado essa atitude para desmobilizar a população. A empresa tem usado essa tática de se reunir apenas com comissões para desunir as comunidades que se mobilizam em busca dos direitos, afirmou Barros. As famílias permaneceram no local em busca de respostas até o grupo sair da reunião.
O MAB, junto à prefeitura, realizarão uma assembleia com a comunidade para alertar a população sobre o momento que o município está vivendo. A integrante da coordenação nacional do MAB, Neudicléia de Oliveira, enfatizou a importância da comunidade permanecer unida e exigir coletivamente seus direitos. É através da luta e da organização que desmascaremos essa empresa que cometeu esse crime ambiental, opinou Neudicléia.
As famílias reafirmaram que permanecerão mobilizadas e que farão o levantamento das perdas dos atingidos causadas pela lama tóxica que invadiu o Rio Doce com o rompimento da barragem em Mariana (MG).